
*Artigo escrito por Haynner Batista Capettini, advogado, assessor jurídico do Sicoob Central ES, diretor jurídico e Compliance Officer do IBEF-ES e membro do Comitê Qualificado de Conteúdo de GRC do IBEF-ES.
Agora, o conceito passa a refletir uma visão mais ampla e conectada com os desafios e responsabilidades do mundo atual, assim. A governança corporativa, deve refletir ética, ações sustentáveis, responsabilidade social, e transparência.
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O Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) atualizou recentemente a definição de governança corporativa — e a mudança vai muito além das palavras.
Segundo o novo manual do IBGC, governança corporativa é um sistema de princípios, regras, estruturas e processos que orienta como as organizações são dirigidas e monitoradas.
Tudo com foco na geração de valor sustentável — não só para a empresa e seus sócios, mas também para a sociedade e o meio ambiente. A ideia é garantir equilíbrio entre os interesses de todos os envolvidos, promovendo impacto positivo e responsabilidade coletiva.
Essa nova abordagem representa um avanço importante em relação à definição anterior, mais voltada à estrutura interna das empresas.
Antes, o foco estava nos relacionamentos entre sócios, conselhos, diretorias e órgãos de fiscalização. Agora, a governança passa a ser uma bússola estratégica, voltada ao futuro.
Mas o que motivou essa mudança?
Na prática, ela reflete um movimento que já vinha se desenhando há algum tempo. Empresas têm sido cada vez mais cobradas a ir além do lucro.
Sustentabilidade, responsabilidade social, ética e transparência deixaram de ser opcionais — são hoje fatores determinantes para a reputação e até para a sobrevivência dos negócios.
Escândalos corporativos, crises ambientais e mudanças no comportamento dos consumidores e investidores aceleraram essa transformação.
Ao atualizar sua definição, o IBGC reconhece que não se governa mais uma organização apenas com regras e organogramas.
É preciso considerar o impacto que ela gera, direta ou indiretamente, sobre a sociedade e o planeta. Portanto, a governança, nesse novo olhar, é construir confiança, promover decisões responsáveis e alinhar interesses diversos em torno de um propósito comum.
Por fim, a evolução do cenário empresarial evidencia que organizações com boa governança vão além da segurança e da organização estrutural — demonstram também maior consciência, humanização e preparo para enfrentar os desafios contemporâneos.
Este texto expressa a opinião do autor e não traduz, necessariamente, a opinião do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Espírito Santo.