Economia

IFI alerta para risco de insolvência 'não desprezível' em cenário sem reformas

IFI alerta para risco de insolvência ‘não desprezível’ em cenário sem reformas IFI alerta para risco de insolvência ‘não desprezível’ em cenário sem reformas IFI alerta para risco de insolvência ‘não desprezível’ em cenário sem reformas IFI alerta para risco de insolvência ‘não desprezível’ em cenário sem reformas

Brasília – A Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado alerta em relatório divulgado nesta segunda-feira, 9, que o risco de insolvência do País “não é desprezível” caso as reformas estruturais não sejam aprovadas pelo Congresso Nacional. “O País poderia migrar para uma situação de juros crescentes, investimentos cadentes (a partir do atual nível, já bastante baixo) e crescimento econômico inviabilizado”, diz o documento.

O cenário “pessimista” demonstra quais seriam os resultados de uma política fiscal expansionista, que abandone a limitação do gasto público e evite mudanças nas despesas obrigatórias, como a Previdência e a folha de pagamento dos servidores. Nessa hipótese, a dívida pública do Brasil, já crescente, continuaria avançando até chegar a 139,7% do PIB em 2030, sem perspectiva de estabilização.

Esse cenário é considerado “intermediário” em termos de probabilidade, ou seja, é menos provável do que o básico (que prevê avanço da dívida até 2025, quando atinge o pico de 93,5% do PIB), mas mais provável do que o “otimista”.

“Esse avanço constante e ininterrupto da dívida pública configuraria um quadro de insolvência do Estado”, adverte a IFI. Segundo a instituição, a falta de perspectiva de estabilização da dívida levaria investidores a exigir juros cada vez maiores e prazos menores para financiar o governo.

Com isso, o Orçamento ficaria mais comprometido com o pagamento de juros, e os déficits persistiriam por mais tempo, de acordo com a IFI. “Trata-se de um círculo vicioso”, diz o documento.

“Trata-se de um cenário inquietante, porém distante de ser absolutamente improvável. Para ser evitado, exigirá a preservação e o aprofundamento da agenda de ajuste fiscal. O equacionamento das contas públicas é o caminho que se apresenta para reduzir e manter os juros reais em níveis baixos”, diz o relatório.

“Esse é o único gatilho de que o país dispõe para disparar um processo de crescimento econômico perene, recuperando o nível de investimentos, hoje na casa de 15,5% do PIB, a patamares condizentes com o necessário para elevar as taxas de crescimento da economia”, afirma a instituição.