Economia

Incertezas fazem confiança do comércio cair em julho, aponta CNC

O resultado de julho ainda mantém o indicador no campo positivo, acima dos 100 pontos da zona de indiferença

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Incertezas fazem confiança do comércio cair em julho, aponta CNC

Rio – Influenciado pelas incertezas no cenário político-econômico, o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), apurado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), caiu 0,9% na passagem de junho para julho, atingindo 101,5 pontos. “O acirramento da crise política reduziu a confiança dos comerciantes nos dois últimos meses, uma vez que predominam incertezas quanto à velocidade do ajuste fiscal. Sinais de retomada gradual das vendas do varejo no curto prazo, no entanto, fortalecem o cenário de um desempenho mais favorável do comércio em 2017”, apontou, nesta segunda-feira, 24, a economista da CNC Izis Ferreira.

O resultado de julho ainda mantém o indicador no campo positivo, acima dos 100 pontos da zona de indiferença. Na base de comparação anual, a confiança dos comerciantes avançou 16,7%. O indicador foi influenciado pelo subíndice que mede a percepção dos comerciantes sobre as condições correntes, que chegou a 72 pontos, um ligeiro aumento de 0,2% na passagem de junho para julho, na série com ajuste sazonal. Na base de comparação anual, houve uma variação positiva de 67,7%.

Após cinco meses de crescimento, a percepção dos varejistas quanto às condições atuais da economia (-1,1%) e do desempenho do setor no comércio (-0,6%) piorou em julho. Na comparação com o mesmo período de 2016, no entanto, as avaliações desses dois itens seguem crescendo de forma expressiva, com altas de 95,6% e 49,1%, respectivamente.

A proporção de comerciantes que avaliam que o desempenho do comércio está melhor do que há um ano aumentou. Neste julho, foram 35,7%, contra os 16,2% apurados no mesmo período de 2016. “O desempenho mais favorável das vendas do comércio na base de comparação anual segue sustentando a melhora das avaliações correntes no ano. Esse movimento tem sido influenciado pela queda dos preços do varejo e pela redução dos juros e do custo do crédito para os consumidores”, acrescentou Izis Ferreira.

O único item na zona positiva na passagem junho para julho foi o subíndice que mede as expectativas do empresário do comércio, que cresceu 1,1% no período e 4,9% na comparação com julho de 2016. Na avaliação de 75,8% dos entrevistados, a economia vai melhorar nos meses à frente. Em junho, porém, esse porcentual foi maior, havia alcançado 77,8%, e, em maio, 81,4%.

Já o subíndice que mede as intenções de investimento do comércio registrou nova queda em julho, -1,2% com ajuste sazonal, alcançando 87,7 pontos. Nessa base de comparação, o destaque ficou com o desempenho negativo da intenção de contratar funcionários (-2,1%). Na comparação anual, no entanto, o subíndice aumentou 9,7%, puxado pelas intenções de investimento nas empresas (14,6%), contratação de funcionários (7,8%) e em estoques (1,8%).

De acordo com a CNC, sinais de retomada gradual das vendas do varejo no curto prazo fortalecem o cenário de um desempenho mais favorável em 2017. Apesar de o efeito dos recursos de saques do FGTS ser temporário, a confederação estima que o volume de vendas do comércio ampliado em 2017 deva crescer +1,6%.

O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) detecta as tendências do setor, do ponto de vista do empresário. A amostra é composta por aproximadamente 6 mil empresas situadas em todas as capitais do País, e os índices, apurados mensalmente, apresentam dispersões que variam de zero a duzentos pontos.