Economia

Inverno no ES 'esfria' comércio, mas empresários apostam em liquidações para atrair consumidor

De acordo com o vice-presidente da CDL Vitória, Adriano Ohnesorge, a ausência de uma data comemorativa próxima é um dos motivos para as liquidações

Inverno no ES ‘esfria’ comércio, mas empresários apostam em liquidações para atrair consumidor Inverno no ES ‘esfria’ comércio, mas empresários apostam em liquidações para atrair consumidor Inverno no ES ‘esfria’ comércio, mas empresários apostam em liquidações para atrair consumidor Inverno no ES ‘esfria’ comércio, mas empresários apostam em liquidações para atrair consumidor
Foto: Reprodução

É comum nesta época do ano encontrar liquidações generosas em lojas de diversos segmentos do mercado. O vice-presidente da Câmara dos Dirigentes Logistas (CDL) de Vitória, Adriano Ohnesorge, explica que essa tendência é um esforço do empresário para atrair o cliente para o estabelecimento.

De acordo com Adriano, a ausência de uma data comemorativa próxima é um dos motivos para as liquidações. “Esse período não tem nenhuma data comemorativa. Existe um gap entre o ‘dia dos namorados’ e o ‘dia dos pais’. Então, essas promoções acontecem para não deixar que os clientes parem de comprar. É um momento de muita promoção”, pontuou.

Além das promoções nas lojas físicas, segundo Adriano, os empresários também apostam na interação com o cliente pelas redes sociais. “Não é porque você vê uma loja vazia, que ninguém está comprando lá […] o varejo está passando por uma revolução. Temos sido muito impactados pela tecnologia, por isso o varejista tem se reinventado e feito mais promoções, tanto na loja física, quanto na internet. Hoje, a maioria das lojas tem redes sociais ativas e elas são usadas para as campanhas, como estratégia do empresário”, completou Adriano.

Com a evolução tecnológica e o consequente impacto no mercado, o cliente também aparece com uma nova postura. Segundo Adriano, o público está mais crítico. “Os enganos nas promoções acontecem cada vez menos, porque o consumidor está cada vez mais preparado. Então o empresário também se prepara para esse consumidor mais antenado”.

Questionado se a nova postura do consumidor, que pesquisa mais os preços, está relacionada com a atual crise financeira, Adriano disse que “com certeza. A crise faz o consumidor reavaliar a necessidade de comprar um produto. Outro item importante é a questão da inadimplência. Atualmente, segundo dados da CDL, são cerca de 660 mil pessoas com o nome sujo no Espírito Santo. Sem crédito, essas pessoas não vão querer comprar”, esclareceu.

Especialista dá dicas para não cair em armadilhas 

O advogado do consumidor, Henrique Andrade, expõe alguns cuidados que o consumidor deve tomar, para não cair em armadilhas de liquidações. Segundo o advogado, é bom ficar atento a peças do mostruário, que podem apresentar defeitos estéticos ou na qualidade do funcionamento. 

“Caso o estabelecimento ofereça um desconto atrativo e cientifique o consumidor deste determinado defeito, o cliente não poderá posteriormente exigir troca ou devolução da quantia paga, tendo em vista a clareza na publicidade feita pela loja. Entretanto, deve o consumidor exigir que conste na Nota Fiscal qual defeito existente no produto, para que possa eventualmente reclamar de um outro defeito apresentado futuramente”, explica.

Outras ofertas comuns, segundo o especialista, são feitas nas peças ‘fora de coleção. Henrique alerta que, de acordo com o Código de Defesa do Consumidor (CDC), a troca ou a reparação é obrigatória apenas em caso de defeito. Fazer a troca do produto por gosto, cor ou tamanho, é uma opção do estabelecimento. “O lojista não é obrigado a realizar a troca por divergência de tamanho ou cor do produto, mas na prática, a maioria das lojas acaba fazendo para fidelização do cliente”, ressaltou.