Economia

Levy diz que governo estuda financiamento de obras de infraestrutura com FGTS

Levy diz que governo estuda financiamento de obras de infraestrutura com FGTS Levy diz que governo estuda financiamento de obras de infraestrutura com FGTS Levy diz que governo estuda financiamento de obras de infraestrutura com FGTS Levy diz que governo estuda financiamento de obras de infraestrutura com FGTS

São Paulo – O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse nesta quinta-feira, 5, que o governo continua estudando a possibilidade de liberar recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para o trabalhador que quiser investir em obras de infraestrutura. A medida chegou a ser discutida no começo do ano com a Câmara dos Deputados, mas depois a discussão esfriou.

A ideia era usar parte do saldo do trabalhador no FGTS para o financiamento de debêntures de infraestrutura. “A questão do empréstimo a gente tem que ver direitinho quais são as alternativas para o FGTS, que é um fundo solidário. Já houve no passado algumas possibilidades de você poder investir com riscos próprios. O alvo dos recursos foi a Petrobras. Então é uma coisa que a gente está estudando”, disse Levy em conversas com jornalistas ao chegar ao prédio da Associação Paulista de Empresários de Obras Públicas (Apeop), em São Paulo, onde ocorre a reunião a Comissão de Obras Públicas, Privatização e Concessões (COP/CBIC).

De acordo com o ministro, o governo está tentando evoluir para dar conformidade à operação pelo lado do ativo porque é preciso ter o ativo para suportar a operação.

Na Apeop, Levy disse que iria discutir com os empresários algumas coisas para facilitar o investimento e trazer mais empresas para a construção de infraestrutura, como baixar os custos e agilizar a retomada das obras. “Eu acho que este pode ser um setor que pode trazer contribuições importantes, especialmente, no ano que vem. Se acertar o fiscal, o juro longo começará a cair e a facilitar o financiamento da infraestrutura”, disse o ministro, acrescentando que é muito importante “ter o pessoal da construção civil alinhado”. “Mas a gente tem que aumentar a segurança jurídica para este setor”, disse.

O ministro também falou sobre a dificuldade encontrada pelo governo para aprovar, na Câmara dos Deputados, as medidas para o ajuste fiscal. “Lá na Câmara tem mais de 500 pessoas e você tem que coordenar todas elas. Elas têm diversos níveis de entendimento. Nem todo mundo ali pensa economia o dia inteiro”, disse. Para ele, uma questão muito importante é conseguir fortalecer as lideranças. “O Brasil tem muitos partidos e cada partido tem sua liderança. O importante é que essas lideranças – muitas das quais apoiam o governo e algumas que estão no governo – consigam a consistência. É um processo que está sendo construído”, explicou.

Trabuco

Antes de se dirigir à Apeop, onde falou para empresários da construção, Levy se encontrou com o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco. O assunto tratado entre os dois, disse o ministro, foram as perspectivas de crescimento e de como estão as coisas. “É um momento de desafios e eu perguntei a ele sobre inadimplência. Ele me disse que a inadimplência anda bem comportada, até por conta do cuidado com as concessões de crédito”, relatou o ministro.

Ele disse ainda que conversou com Trabuco sobre a importância de se conseguir resolver os problemas fiscais, até para se ter perspectivas mais benignas e mais favoráveis no ano que vem, tanto na economia como na própria política monetária.