Economia

MP que aumenta prazo de investimento em rodovias pode caducar

MP que aumenta prazo de investimento em rodovias pode caducar MP que aumenta prazo de investimento em rodovias pode caducar MP que aumenta prazo de investimento em rodovias pode caducar MP que aumenta prazo de investimento em rodovias pode caducar

Brasília – Pelo segundo dia consecutivo, a Câmara dos Deputados tenta votar a Medida Provisória 800/2017, que estabelece as diretrizes para a reprogramação de investimentos em concessões rodoviárias federais. Os partidos – incluindo bancadas da base aliada – estão em obstrução e a MP corre o risco de perder a validade se não for aprovada também pelo Senado até o dia 26 deste mês.

O imbróglio no plenário gira em torno da inclusão no texto da prorrogação de concessões para portos secos. A medida beneficia contratos anteriores a 2003 e prevê concessões de 25 anos prorrogáveis por mais 10 anos. O “jabuti” que saiu da comissão especial está sendo questionado no plenário pela base governista e oposição, que devem apoiar um destaque do PPS retirando o trecho da MP. “É uma coisa estranha. Porto Seco não tem obrigação de infraestrutura para o Estado, não se discute o prazo de cada uma (concessão), não tem debate com o Tesouro Nacional. Isso é muito complexo”, criticou o líder do PPS, Alex Manente (SP).

Bastante aguardada pelo setor, a MP amplia de cinco para 14 anos o prazo para a realização das obras de duplicação dos trechos de rodovia concedidos no governo de Dilma Rousseff na chamada terceira etapa de concessões. A MP fixa prazo de um ano para que as concessionárias interessadas se candidatem à repactuação contratual.

Pela proposta do governo, uma vez reprogramada a concessão, fica priorizada a duplicação dos pontos de maior movimento. A medida garante a suspensão da cobrança de multas pela falta de investimentos previstos no contrato original. A MP também dispõe sobre transporte de cargas próprias e de cargas perigosas.

A medida “salva” pelo menos quatro concessões que, juntas, prometem investimentos aproximados de R$ 20 bilhões. Pelos contratos originais, as duplicações teriam de ser concluídas entre o fim de 2018 e início de 2019. Os investimentos poderão ser realizados conforme o crescimento da demanda, até o limite de 14 anos.

O ministro dos Transportes, Maurício Quintella, participou nesta tarde de reunião de líderes da base e fez um apelo para a aprovação da proposta. Sob pressão do PRB, o governo concordou em mandar um projeto de lei para punir as concessionárias beneficiadas pela MP que descumprirem o prazo com a declaração de inidoneidade por 10 anos, medida que impediria a concessionária de assinar contratos com o poder público.

Até o momento, o apelo do governo não surtiu efeito no plenário e os deputados seguem apresentando requerimentos para adiar a votação. Os parlamentares contam com a promessa do presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ) de manter a sessão até, no máximo, 21h.

Manente disse que a MP foi mal discutida com os parlamentares e que há “jabutis” significativos no texto que veio da comissão especial, o que impede sua aprovação do jeito que está. “Se caducar, aí é nova licitação”, resumiu.