Economia

MPF abre inquérito para investigar operações da XP Investimentos

Investigação foi motivada por denúncia de cliente; XP afirma que trata o caso com rigor e transparência

Segundo o MPF, a investigação ainda está em fase inicial. Foto: José Cruz/Agência Brasil
Segundo o MPF, a investigação ainda está em fase inicial. Foto: José Cruz/Agência Brasil

O Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro abriu um inquérito civil para apurar supostas irregularidades cometidas pela XP Investimentos em operações financeiras conhecidas como “Collar com ativo UI”.

A apuração foi instaurada a partir de uma representação feita por um consumidor e está sob responsabilidade do procurador da República Claudio Gheventer.

Segundo o MPF, a investigação ainda está em fase inicial e, por isso, detalhes sobre os indícios ou sobre a conduta da instituição financeira não foram divulgados.

No despacho que institui o inquérito, o órgão destaca apenas a “necessidade de prosseguimento das diligências”, sem especificar quais seriam as irregularidades atribuídas à corretora.

XP Investimentos e “Collar UI”

A estratégia “Collar” é um mecanismo de proteção de carteira bastante usado por investidores e envolve a compra de opções de venda e a venda de opções de compra sobre o mesmo ativo, com o objetivo de limitar tanto as perdas quanto os ganhos.

No modelo “Collar UI”, clientes podem proteger ativos contra quedas bruscas no valor de mercado, embora tenham lucros limitados caso o ativo se valorize fortemente. Em plataformas de defesa do consumidor, há registros de usuários relatando prejuízos com essa estrutura de operação.

O que disse a XP?

Em nota enviada à Revista Veja e ao jornal Valor Econômico, a XP Investimentos declarou que o caso trata-se de uma situação pontual e que está sendo tratado com “rigor”. A empresa também destacou que atua com total transparência e respeito às normas regulatórias.

“A XP reafirma seu compromisso com a transparência, a adequada classificação do perfil de investidor e o pleno cumprimento das normas regulatórias. Eventuais situações são tratadas com rigor, por meio dos canais oficiais e com total colaboração com as autoridades competentes”, afirmou a corretora.

A empresa também pontuou que, segundo o próprio MPF, não há, até o momento, elementos que justifiquem uma investigação coletiva, o que reforçaria a natureza individual da reclamação.

Mesmo assim, a abertura do inquérito reacende o debate sobre a adequação de estratégias complexas ao perfil dos investidores e a necessidade de maior clareza na comunicação com os clientes do setor financeiro.

Edu Kopernick

Editor de Economia

Edu Kopernick é jornalista formado na Faesa, especialista em Comunicação Organizacional pela Gama Filho, com experiência em reportagens especiais para veículos nacionais e séries sobre economia do Espírito Santo. Já teve passagens pelos principais veículos de TV, rádio e webjornalismo do Estado. É editor de Economia do Folha Vitória desde 2024, apresentador de TV e host do videocast ValorES.

Edu Kopernick é jornalista formado na Faesa, especialista em Comunicação Organizacional pela Gama Filho, com experiência em reportagens especiais para veículos nacionais e séries sobre economia do Espírito Santo. Já teve passagens pelos principais veículos de TV, rádio e webjornalismo do Estado. É editor de Economia do Folha Vitória desde 2024, apresentador de TV e host do videocast ValorES.