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Soft Skills: você sabe quais são as habilidades e competências do profissional do futuro?

Essas características, além do currículo educacional, contam e muito na hora de conseguir uma vaga e se manter no mercado de trabalho

Gustavo Fernando

Redação Folha Vitória
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Com a revolução digital e as mudanças no mercado de trabalho o cenário profissional fica a cada ano mais competitivo. Há cerca de cinco, dez anos atrás, um bom currículo, com cursos, pós-graduação e MBA era o que as empresas buscavam. No entanto, apesar das qualificações técnicas ainda serem importantes, o mercado busca outro tipo de competências: as soft skills.

Mas, afinal, o que são as soft skills? O termo, muito utilizado e visado pelo mercado de trabalho refere-se as competências inseridas na personalidade e comportamento do profissional. Podemos dizer que são habilidades particulares, pois nascem de acordo com as experiências, cultura, criação e educação de cada pessoa, entre outros fatores.

professora da Pós-FAESA e especialista em inovação, Maíra do Valle, explica que as soft skills também estão relacionadas a maneira com que o profissional se relaciona e interage com as pessoas e como isso afeta os relacionamentos no ambiente corporativo e, por consequência, a produtividade da equipe. Além da soft skills, outro termo muito utilizado no mercado de trabalho é o hard skills, habilidades que podem ser ensinadas em uma capacitação. Como exemplo podemos citar o uso de ferramentas e conhecimentos profissionais. 

No vídeo a especialista em inovação explica as diferenças entre soft e hard skills,  e destaca a importância do tema:

Ambiente Corporativo

Especialistas apontam que exercitar uma competência técnica é mais fácil do que exercitar uma competência comportamental. Hoje, ainda existe uma grande preocupação relacionada a formação acadêmica, com isso, as hard skills ainda têm força no mercado. Mas, e cada vez mais, o ambiente corporativo exige as competências que trarão foco, engajamento, motivação e produtividade, isto é, as soft skills. Neste sentido, quanto mais modernas e desenvolvidas as organizações forem se tornando, mais os profissionais precisarão dessas competências não-técnicas.

De acordo com o Master Coach e Diretor da Febracis no Espírito Santo e Bahia, Giovanne Guerra, o profissional deve buscar novas ramificações e apostar na inteligência emocional, uma das principais competências do profissional do futuro, para se diferenciar no mercado de trabalho. Veja a explicação do master coach:

O que as empresas buscam?

Segundo pesquisa da Capgemini Digital Transformations Institute, realizada em 2018, 60% das empresas estão em uma crise de soft skills entre seus funcionários. A pesquisa ainda revela que a busca por profissionais com soft skills vem aumentando. Dessa forma, de acordo com os executivos consultados, as empresas buscam profissionais que tenham foco no cliente (65%), espírito de colaboração (64%), paixão por aprender (64%) e habilidade organizacional (61%). 

Ter uma boa comunicação no ambiente de trabalho, saber se conectar através do relacionamento interpessoal, ter equilíbrio emocional e capacidade de trabalhar sob pressão, além de demostrar ser flexível, são qualificações fundamentais para garantir uma boa colocação no mercado de trabalho, aponta o professor de marketing e empreendedorismo da Faesa, Henrique Hamerski.  Confira as principais soft skills exigidas pelo mercado de trabalho:

O mercado de trabalho exige novas habilidades e competências

Uma ideia parecida foi apresentada no relatório "O futuro do trabalho", do Fórum Econômico Mundial, que assinalou que a iniciativa, a originalidade e o pensamento crítico serão cada vez mais valorizados.

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Alessandra Zanotti revela que uma das formas mais eficientes para identificar as soft skills em um profissional está nas dinâmicas de grupo 

Diretora Executiva da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-ES), Alessandra Zanotti, garante o que os profissionais de recursos humanos têm comprovado, cada dia mais, a importância de habilidades diretamente relacionadas à inteligência emocional, empatia, colaboração e comunicabilidade para o sucesso profissional. "Essas habilidades são responsáveis por trazer foco, motivação, engajamento e produtividade. Por isso mesmo é necessário que a liderança das empresas esteja atenta a esses perfis profissionais".

Alessandra ainda revela que as dinâmicas de grupo ou situações em que um candidato simula uma atividade real de trabalho podem ser muito úteis para identificar comportamentos específicos(soft skills). 

"Em tempos de grandes transformações no mundo do trabalho, impactados tanto pela globalização e principalmente pela tecnologia, as soft skills ganham uma relevância já que diferenciam as pessoas das maquinas e assim, as atividades ligadas diretamente a elas não serão facilmente substituídas pelos robôs. Inclusive essa reflexão e debate serão feitos pela ABRH-ES durante o 30º Congressos de Estadual de Gestão de Pessoas", ressalta.

Educação Profissional

De acordo com o diretor de Educação do SESI/SENAI-DR, Erick Thadeu Gonçalves Miranda, durante muitos anos o mercado se preocupou apenas nas habilidades técnicas, aquelas em que que o profissional precisa para exercer sua função dentro da indústria.No entanto, devido a modernização dos processos, a complexidade de ações e integração com diversas áreas tecnológicas, as indústrias passaram a atentar para as habilidades interpessoais, como a capacidade de resolver problemas complexos, a comunicação eficaz, o trabalho em equipe, a gestão do tempo, a criatividade e a inovação.

"O SENAI no Espírito Santo está atento à evolução das necessidades da indústria. Com isso, passou a utilizar a metodologia por competências para desenvolver conhecimento, habilidades e atitudes em seus alunos, em todos os cursos ofertados nas Unidades de Ensino, trazendo em nossos Planos de Cursos orientações para que sejam ministradas as principais soft skills relacionadas as funções de cada profissional na indústria", afirma.
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diretor da MMurad/Fundação Getulio Vargas (FGV), Eduardo Ferraz, destaca que as soft skills são importantes, mas sem o conhecimento técnico específico, não tem como evoluir na carreira. 

"O perfil profissional que as empresas tanto buscam é aquele que consegue unir competências técnicas e comportamentais".

Segundo Ferraz, uma frase que exemplifica a importância destas habilidades é aquela que diz que as empresas contratam pelo currículo e demitem pelo comportamento. É como se os funcionários fossem contratados graças as “hard skills” e demitidos em função da deficiência de “soft skills”.

No áudio, Eduardo Ferraz dá dicas de como se preparar para o mercado do futuro:

Como se preparar para as exigências do mercado

Habilidades & Futuro

O último Fórum Econômico Mundial apresentou dados que apontam que, em cinco anos, 35% das competências que são consideradas importantes na força de trabalho vão mudar. Em 2020, a quarta Revolução Industrial vai estar ligada às tecnologias disruptivas como a inteligência artificial, machine learning, robótica, nanotecnologia, dentre outras, mudando modelos de negócios e os mercados de trabalho. 

Confira as 10 habilidades mais importantes para o mercado:

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