Economia

Sem festejos do Carnaval, movimento na rede hoteleira cai pela metade na Grande Vitória

Em Vitória, a ocupação durante o Carnaval, em 2020, foi de 94%. Hoje, ela oscila entre 45 e 50%

Foto: TV Vitória

Sem os festejos e o feriado de Carnaval neste ano, em virtude da pandemia do novo coronavírus, o turismo no Espírito Santo tem sofrido uma queda acentuada. Na Grande Vitória, com a não realização dos desfiles das escolas de samba na capital, que tradicionalmente ocorre uma semana antes do carnaval oficial, a ocupação dos hotéis caiu pela metade, segundo a Secretaria Estadual de Turismo (Setur).

O secretário Dorval Uliana destaca que a queda no movimento impacta negativamente toda uma cadeia produtiva. "Toda a cadeia de empregos da hotelaria, de bares e restaurantes, setor de alimentação. Muitos prestadores de serviço para todas essas empresas, que, se não tem turismo, não tem compras de alimentos, não tem limpeza, não tem fornecimento de outros serviços. É muito grande a cadeia do turismo, toda em função da presença do turista aqui no nosso estado", frisou.

Em Vitória, a ocupação durante o Carnaval, em 2020, foi de 94%. Hoje, ela oscila entre 45 e 50%. E nos hotéis e pousadas de outras regiões do estado, a queda na movimentação é ainda maior. A média no Espírito Santo, segundo a Associação Brasileira da Indústria Hoteleira (ABIH), é de 32%.

O presidente da entidade no estado, Gustavo Guimarães, diz que a suspensão do feriado contribuiu para o índice negativo, e considera a situação preocupante. "Nós temos hotéis que estão com praticamente nada de ocupação, o que corresponde a uma expectativa muito negativa em relação a anos anteriores. Todas as cidades que vivem do período de turismo, no Carnaval, certamente vão sentir bastante essa queda e nós já damos o Carnaval, como foi todo o verão, como um período economicamente perdido para o nosso segmento", afirmou.

Em outros carnavais, um hotel localizado de frente para o mar, na orla de Camburi, em Vitória, já estaria lotado. No entanto, neste ano, a situação é bem diferente. Muitos quartos no estabelecimento ainda estão vagos e a ocupação não passou dos 40% em fevereiro.

A expectativa do gerente do hotel, Paulo Maia Filho, é chegar a 50% na semana do Carnaval. Isso, se todas as reservas forem mesmo confirmadas. "A gente está com 50% de ocupação e ainda está beirando cancelamentos. Mas estamos confiantes. Acreditando que, de última hora, esse cliente vai estar aparecendo no hotel", destacou.

Depois de um respiro na alta temporada do verão, quando a movimentação chegou a quase 70% na Grande Vitória, e também subiu no interior, o samba enredo do setor hoteleiro desafinou. Uma realidade difícil, que afeta a geração de empregos. "A nossa ideia era ter 80% a 90% e contratar mais dez colaboradores para fazer essa operação acontecer", disse Paulo Maia Filho.

Com informações do repórter Alex Pandini, da TV Vitória/Record TV

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