Economia

Apesar da alta do IPC-S em março, núcleo desacelera, diz FGV

Diante deste comportamento do núcleo, o coordenador do IPC-S conclui que a tendência da inflação para abril é de desaceleração

Redação Folha Vitória
Foto: Divulgação

Apesar da aceleração verificada na inflação ao consumidor em março - o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) fechou em 0,65% ante alta de 0,35% em fevereiro - a medida de núcleo do índice, que aponta a tendência dos preços, desacelerou de 0,35% no mês anterior para 0,32% em março. 

Diante deste comportamento do núcleo, o coordenador do IPC-S, o economista e professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), Paulo Picchetti, conclui que a tendência da inflação para abril é de desaceleração. Tanto é que ele projeta para abril um IPC-S de 0,45%, em linha com uma taxa de 4,30% no final do ano.

O comportamento da núcleo do IPC-S reforça a concentração da aceleração da média dos preços em março aos aumentos promovidos em alimentos e combustíveis.

O preço da gasolina nos postos subiu 3,05% na quarta semana de março de uma variação positiva de 1,64% na semana imediatamente anterior. No caso do etanol, valor pago pelo litro do combustível na bomba saiu de 4,34% para 5,77%.

Só a gasolina impactou em 0,04 ponto porcentual o IPC-S de março. O etanol em mais 0,01 ponto porcentual. O grupo dos combustíveis como um todo teve impacto de 0,05 ponto porcentual a inflação medida pela FGV.

No caso do grupo Alimentação, a tendência é de manutenção da desaceleração. Em fevereiro o grupo subiu 1,14% e em março, 1,10%.

A expectativa está atrelada às desacelerações vistas no ritmo de alta dos preços dos produtos que mais pressionaram o IPC-S nas últimas leituras mensais. O preço do feijão na última semana de março, por exemplo, subiu 16,92%. Na terceira semana de fevereiro havia subido 23,64%. A batata inglesa, na mesma base de comparação reduziu de 21,65% para 19,16% seu ritmo de alta de preço.

"No ponta, o preço do feijão sobe 9% e o da batata inglesa, 12%", disse Picchetti.

Ponta é a comparação da semana em análise, no caso a quarta de março, com a mesma semana no mês anterior.

"Um contra exemplo é o tomate, que na terceira semana de março subiu 20,19% e na última, 26,20%. Só o tomate impactou em 0,02 ponto porcentual o IPC-S e na ponta ele já sobe 30%", disse o economista da FGV. Mas ele pondera que o tomate é só mesmo um contra exemplo já que a maioria dos alimentos estão com seus preços desacelerando.

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