Economia

Insatisfeitos com custos de shoppings, lojistas já começam a migrar para rua

Nos próximos seis meses, a TNG planeja fechar entre 20 e 30 lojas em shoppings. Isso representa 400 empregos diretos a menos

Redação Folha Vitória
Foto: Divulgação

A insatisfação com os custos dos shopping centers já faz lojas satélites começarem a ampliar a aposta em unidades de rua. Nos próximos seis meses, a TNG planeja fechar entre 20 e 30 lojas em shoppings. Isso representa 400 empregos diretos a menos. Hoje a rede tem 185 lojas, sendo apenas 20 na rua. "Vou trocar o shopping pela rua, que tem um custo bem menor, mas sem o mesmo fluxo de pessoas", diz Tito Bessa Júnior, presidente da rede e da Associação Brasileira de Lojas Satélites (Ablos) e da rede de roupas TNG.

A Jogê Meias também pretende enxugar a operação de shopping por causa dos custos. João Coelho da Fonseca Filho, dono da companhia, diz que, das 38 lojas próprias, 36 estão em shoppings e duas na rua.

A intenção do empresário é passar as lojas de shopping para os franqueados. Das 14 novas franquias previstas para este ano, 8 serão pontos de rua. "Se fosse em outra época, seriam todas em shoppings", diz Fonseca Filho.

Para o consultor especializado em shoppings Luiz Alberto Marinho, sócio-diretor da GS&Malls, diante das mudanças do varejo e do próprio consumidor, que busca mais experiências de compra, o conceito do shopping está mudando. No futuro, será muito mais um local de prestação de serviços e exposição de produtos.

Na rua

Com isso, marcas interessadas em vender grandes volumes de produtos com custo de ocupação mais acessível provavelmente vão abrir lojas em outros locais. Além das de rua, o consultor acredita que as galerias (strip malls) devem ser o novo endereço das satélites que deixarem os shoppings. O custo de ocupação nas galerias chega a ser entre 50% a 70% menos do que nos shoppings.

Pode ser um baque para os centros comerciais. Levantamento nacional da Ablos constatou que, na média, a área ocupada nos shoppings pelas lojas satélites e âncoras é meio a meio.

"Uma vez eu disse para um diretor de shopping: monte um shopping só com âncoras, pois não são elas que trazem fluxo? Na prática, os shoppings precisam das lojas satélites para pagar a conta", afirma Bessa Júnior. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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