Economia

Auxílio emergencial não é suficiente para sustentar famílias, aponta estudo da Ufes

O estudo feito pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) apontou outros problemas existentes

Redação Folha Vitória

Redação Folha Vitória
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Um estudo feito pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) comprovou que o valor pago no auxílio emergencial não é suficiente para atender as necessidades das famílias que dependem do benefício pago pelo Governo Federal.

A costureira Liliane Souza da Silva, mãe de quatro filhos, perdeu sua máquina de costura após um incêndio e hoje vive só com o auxílio para tentar minimizar os impactos da pandemia do novo coronavírus.

Foto: TV Vitória

"Nesse momento da pandemia a gente vive só como auxílio. Isso não cobre todas as despesas, apenas o básico, como arroz, feijão e macarrão. A gente não tem como explicar a falta das coisas para as crianças e chora junto com elas", conta Liliane. 

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O estudo aponta que foi necessário fazer um novo cadastro para o pagamento do benefício. Segundo os pesquisadores, isso mostra a realidade defasada da política de assistência social do país, já que 41% estavam fora de programas sociais.

O técnico em refrigeração Adílio Moraes de Souza não estava inscrito em nenhum programa de ajuda federal, mas precisou do auxílio emergencial e desde abril do ano passado recebe o dinheiro.

"Fazer uma compra hoje com R$ 250 não dá para comprar praticamente nada, apenas o grosso, mas ajuda aquelas pessoas que não estão tendo nada", afirmou. 

Tecnologia para ter acesso ao auxílio é outro problema

Dentro do estudo, outro problema apontado foi a obrigatoriedade do uso da tecnologia para ter acesso ao auxílio, por meio do aplicativo desenvolvido pela Caixa Econômica Federal.

Os pesquisadores afirmam que a instabilidade do sistema foi um obstáculo que resultou em um atraso de até 3 meses para a população ter acesso ao serviço. Segundo o pesquisador Rafael Barbosa, os dados mostram que cerca de 900 mil pessoas, ou seja, 22% da população capixaba, foi beneficiada com o recurso.

Além disso, para o pesquisador há uma limitação dos serviços oferecidos, por conta disso é preciso prover novos tipos. "Nesse momento um dos serviços mais demandados é a atenção à saúde mental. Há uma necessidade de serem ampliadas dentro dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) ou até mesmo em modo itinerante" disse Rafael.

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