Economia

CNDL/SPC: medida do compulsório tem 'efeitos limitados'

Redação Folha Vitória

Brasília - A Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) avaliam como uma "medida válida" as novas regras para depósitos compulsórios a prazo, anunciadas nesta quarta-feira, 20, pelo Banco Central, mas com "efeitos limitados". Os ajustes feitos pelo BC nas normas do compulsório representam uma liberação de R$ 10 bilhões em recursos para a economia.

Por meio de nota, a CNDL e o SPC Brasil afirmam que para o setor do varejo, os recursos vão permitir uma maior oferta de crédito e, consequentemente, uma redução das taxas de juros cobradas pelos bancos. O presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Junior, no entanto, avalia que os efeitos são limitados, porque o orçamento das famílias já está comprometido com financiamentos passados e afetado pelo efeito da alta dos preços.

"A medida é boa, mas não é milagrosa. Dificilmente haverá um retorno desse dinheiro para a economia brasileira, porque o nível de comprometimento do salário dos trabalhadores já está muito alto. Além disso, o aumento real dos salários está muito pequeno em função da alta da inflação. Tudo isso contribui para que o consumidor tenha o poder de compra reduzido e não recorra ao crédito como quer o governo", disse Pellizzaro Junior em nota.

CNI

Já o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, que esteve reunido nesta quarta com o secretário executivo do Ministério da Fazenda, Paulo Caffarelli, avaliou na saída do encontro as medidas anunciadas pelo BC. "O que a indústria demanda hoje é aumento de crédito. Falta crédito e capital de giro. Com essas medidas do BC, achamos que isso pode reativar o mercado financeiro", disse.

Sobre o encontro com Caffarelli, Andrade não deu detalhes da pauta e apenas afirmou que foram apresentadas questões do setor sucroalcooleiro.

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