CNI quer debate sobre câmbio de novo na OMC CNI quer debate sobre câmbio de novo na OMC CNI quer debate sobre câmbio de novo na OMC CNI quer debate sobre câmbio de novo na OMC

Brasília – Com apoio de empresários americanos, os industriais brasileiros vão pedir ao governo Dilma Rousseff a retomada da pressão na Organização Mundial do Comércio (OMC) por uma regra que evite o uso da desvalorização artificial das moedas para ampliar exportações.

O tema foi levantado pelo Brasil em 2011, sob pressão de um câmbio muito valorizado, e levado ao Comitê de Comércio, Dívida e Finanças da OMC. Desde o ano passado, porém, o tema saiu da agenda. Nesta terça-feira, 11, após reunião do Conselho Empresarial Brasil-Estados Unidos (Cebeu), a Confederação Nacional da Indústria (CNI) voltou a acreditar ser possível a retomada do assunto.

Em 2011, os EUA eram um dos alvos da medida, junto com a China. O governo brasileiro acusava os americanos de inundarem o mundo de dólares para facilitar sua recuperação econômica. Desde então, a situação mudou, o real se desvalorizou frente ao dólar e os EUA, que negociam o acordo de livre comércio Trans-Pacífico com China, Japão e outros países asiáticos, tentam embutir no acordo uma cláusula contra o uso de taxas de câmbio artificiais.

“O debate nos deu sinais de que se o Brasil retomar essa agenda de câmbio e comércio, os Estados Unidos, que antes eram contra nós, agora passarão a ser um aliado”, disse Diego Bonomo, gerente executivo da CNI. “Já há sinais claros que o Congresso americano não vai aprovar o Trans-Pacífico se não tiver algum tipo de cláusula cambial.”

O assunto foi tratado em junho no mesmo comitê de Comércio, Dívida e Finanças, onde o Brasil fez uma nova apresentação. Mas perdeu fôlego novamente. Bonomo explica, no entanto, que a volta do real a um nível mais realista frente ao dólar não resolveu todo o problema.

“Resolvemos parte do problema, porque corrigimos a distorção do nosso lado, mas não necessariamente o outro”, explica. Hoje, além da China, Japão e Alemanha estão na mira do Brasil. “Os principais institutos que analisam isso aponta, que são países que estão muito desalinhados. Ou seja, estão exportando o problema interno via câmbio para nós.”

Livre Comércio

No encontro de hoje, a CNI e americana US Chamber of Commerce assinaram um memorando para um “estudo de escopo” de um futuro acordo de livre comércio. A intenção é fazer uma análise, qualitativa e quantitativa, para permitir a aferição dos impactos do acordo nas contas, na criação de empregos e no crescimento do País. “A intenção é termos um grupo de recomendações para o governo, o que poderia andar e o que não teria chances. É a mesma coisa que Estados Unidos e União Europeia fizeram antes de começar a negociação de fato”, explica Bonomo. O governo brasileiro, no entanto, ainda é cético. No Ministério do Desenvolvimento, informa-se que não se pensa em nenhuma negociação com os EUA e a intenção é concentrar esforços no acordo Mercosul-UE. (Colaborou Laís Alegretti)