Economia

Conectar empresas com indústria é desafio para a inovação

No Brasil, a Indústria 4.0 ainda está engatinhando e as principais fábricas estão começando a trazer inovação para seus processos

Foto: Divulgação / Pexel

A indústria brasileira vem passando por grandes transformações nos últimos anos. Impulsionado por novas tecnologias, o setor está cada vez mais digital. Das máquinas aos processos, tudo está integrado, automatizado e digitalizado. É justamente nesse cenário que nasce a 4ª Revolução Industrial, ou a Indústria 4.0.

É com essa missão que estão sendo desenvolvidas as tecnologias para a indústria: a maior parte delas está voltada ao aumento da produtividade ou redução de custos, que é o foco de toda empresa que quer crescer.

No Brasil, a Indústria 4.0 ainda está engatinhando e as principais fábricas estão começando a trazer inovação para seus processos. A tendência é que em 2019 o setor se fortaleça ainda mais e a presença da tecnologia seja natural na maior parte das indústrias.

A indústria convencional brasileira começa a adquirir soluções de inovação criadas por empresas startups (emergentes), de acordo com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), ligada ao Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. 

Leia também:
- Inovação ganha força no país e número de startups cresce nos últimos anos

Segundo levantamento da ABDI com 408 empresas da indústria de transformação, 21% delas já realizam negócios com startups, 45% ainda não sabem como proceder, mas estão se preparando para futura conexão com empresas novas, e 21% ainda não têm interesse.

Luiz Augusto de Souza Pereira, presidente da ABDI, disse que a indústria que se conecta com essas empresas quer ideias para redução de custos na sua produção e aumento da produtividade. A sondagem revelou que essas empresas também têm interesse em novas tecnologias, produtos e mercados.

“A ABDI busca entregar tecnologias ou soluções, e colocar a indústria nacional em patamar de competitividade para a exportação. Não somos só um país de commodities, mas de indústria de transformação. O Brasil também tem que seguir neste caminho”, disse.

Risco

De acordo com Luiz Augusto, o grande diferencial das novas empresas é a facilidade de trabalhar com o risco total e as incertezas do negócio. “Já a indústria lida com risco zero. Temos que trazer esse recurso de forma inteligente e deixar a conexão entre elas acontecer pelo mercado”, disse ele.

Para Elisa Carlos, pesquisadora em Inovação da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) , outro grande diferencial das empresas emergentes é a agilidade. “A indústria e o governo precisam ser mais ágeis. Quem sabe lidar com a incerteza e a agilidade são as emergentes. Elas aprendem rápido, se jogam, experimentam”, disse ela.

“A inovação e a Indústria 4.0 são fundamentais para caminharmos no rumo certo, no rumo do desenvolvimento. Temos que seguir todos na mesma direção. Isso é fundamental. Não adianta cada um achar que vai fazer sozinho, temos que agir em conjunto”,

Espaço para inovação 

Foto: Divulgação/ Findes

A Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) possui um espaço para fomento da inovação: o Findeslab. Instalado no topo do edifício-sede da entidade, em Vitória, o novo hub tem o objetivo de criar um ambiente para desenvolvimento de novos produtos, negócios e soluções.

A meta da Findes é gerar R$ 100 milhões em projetos e 1.000 startups ao longo dos próximos dez anos. Desta forma, o intenção é colocar o Espírito Santo entre os dez estados mais inovadores em cinco anos.

“A inovação sempre esteve presente na história da humanidade, guiando a evolução do mundo. A Findes, que foi criada em 1958 para apoiar o processo de industrialização do Espírito Santo, dá em 2019 mais um passo importante para tornar a indústria capixaba ainda mais forte”, ressaltou o presidente da Findes, Leo de Castro.

De acordo com Castro, foram investidos R$ 9,5 milhões para a conclusão das obras, com recursos obtidos junto à Confederação Nacional Indústria – caracterizados como capital privado. “Acreditamos que o novo ciclo de desenvolvimento do Espírito Santo será fruto do surgimento de uma indústria mais inovadora e tecnológica. Não há nada mais inclusivo para a sociedade que a inovação”, destacou.

Inovação em 'aços'

Foto: Divulgação/ArcelorMittal

Encontrar parcerias para soluções mais eficientes na cadeia de valor e de produção no segmento de aços. Esse será o objetivo do iNO.VC, programa de inovação digital lançado nesta quinta-feira (28), na ArcelorMittal Tubarão.

O marco do lançamento será a inauguração de um espaço que atuará proporcionando o suporte físico necessário para o desenvolvimento de atividades que busquem soluções ligadas ao ecossistema digital para as unidades do segmento de 'Aços Planos' de Tubarão, Vega (SC) e Contagem (MG), e receberá ideias através de parceiros, dos desafios nacionais e das redes sociais do Programa iNO.VC.

A começar pelo nome, todo o programa respira inovação. A nomenclatura, “iNO.VC” (leia-se “inove-se”), foi escolhida após ampla votação entre sugestões de empregados da ArcelorMittal. Proposto pelo empregado Luciano Milanez Mazzi, seu conceito remete à ideia de que a inovação começa com cada um e lembra a proximidade do diálogo e da fluidez nas redes sociais.

O espaço que abrigará as atividades do Programa iNO.VC é todo revestido em aço e fica localizado em meio à área administrativa da empresa, próxima ao Restaurante. Com ambientes amplos, móveis descontraídos e elementos coloridos, seu layout foi configurado para agregar beleza e criatividade, aumentando assim a interação e a criatividade dos seus usuários. 



Pontos moeda