
*Artigo escrito por Fábio Pimenta, cirurgião plástico e médico do exercício, professor titular da UVV e do Instituto Paciléo em SP, membro do comitê qualificado de conteúdo de empreendedorismo e gestão do Ibef-ES.
A saúde do futuro já começou. Mais do que ausência de doenças, saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e espiritual.
E para atingir esse ideal, é preciso ir além do cuidado reativo. Depois da doença instalada, é preciso se antecipar a ela.
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Os últimos 50 anos de pesquisa científica demonstram que a abordagem centrada na doença para entender saúde não se mostrou eficaz.
Definir o estado de doença é muito mais simples que um estado saudável. A crença de que um indivíduo é saudável apenas na ausência de doença levou à ideia equivocada de que a saúde é um estado passivo. O que não corresponde à realidade.
Inteligência Artificial e saúde empresarial
A Inteligência Artificial (IA) está transformando radicalmente a forma como indivíduos, empresas e operadoras de saúde promovem qualidade de vida e sustentabilidade no setor.
Em um cenário cada vez mais desafiador — marcado pelo aumento da sinistralidade, pelas fraudes, pela sobrecarga de recursos e, para os indivíduos, pela necessidade de construir renda passiva — a inteligência artificial se consolida como uma aliada estratégica.
Enquanto o Business Intelligence (BI) analisa o passado, o Machine Learning (ML) antecipa o futuro, identificando padrões e oferecendo previsões dinâmicas para decisões mais seguras e eficientes.
A previsibilidade é a chave. Com o uso de IA, a medicina dos “4 Ps” (personalizada, preventiva, proativa e participativa) torna-se mais robusta, pois possibilita prever internações, estimar custos de doenças crônicas e visualizar riscos futuros com até 36 meses de antecedência.
Isso a IA é devidamente treinada pelo médico especialista, a partir dos dados que possui do seu cliente, afinal, “quem não mede, não gerencia; quem não gerencia, não melhora”.
Soluções baseadas em IA analisam automaticamente dados de transações, prontuários, condutas, resultados de exames, internações hospitalares, dentre outros, comparando padrões históricos para detectar anomalias, em uma fração do tempo que uma auditoria manual ou os intervalos entre consultas levariam — tudo isso com agilidade e precisão.
IA como ferramenta
Além disso, algoritmos sofisticados vêm detectando fraudes com mais precisão e velocidade, protegendo o sistema de abusos e fortalecendo a confiança entre beneficiários e operadoras.
A análise automatizada de reembolsos e prontuários detecta anomalias em tempo real, acelerando decisões e garantindo mais segurança.
Mas o impacto da IA vai além da gestão: ela transforma a experiência do paciente. Com dados integrados, é possível oferecer um cuidado mais humano e personalizado, ajustando tratamentos conforme o perfil individual e promovendo bem-estar duradouro.
A hora de agir é agora. A IA não é uma promessa futura — é uma realidade presente, acessível e revolucionária. Incorporá-la à gestão de saúde é uma decisão estratégica que impulsiona resultados, preserva vidas e sustenta o crescimento.
O futuro da saúde é inteligente, e ele começa com uma escolha: continuar reagindo ou começar a prever.
Este texto expressa a opinião do autor e não traduz, necessariamente, a opinião do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Espírito Santo.