Economia

Para Joaquim Levy, há descasamentos na aferição do ajuste macroeconômico

Quanto à política monetária, apesar do intenso reajuste de preços relativos, as ações nessa área do governo foram capazes de ancorar as expectativas de inflação entre 2017 e 2019

Para Joaquim Levy, há descasamentos na aferição do ajuste macroeconômico Para Joaquim Levy, há descasamentos na aferição do ajuste macroeconômico Para Joaquim Levy, há descasamentos na aferição do ajuste macroeconômico Para Joaquim Levy, há descasamentos na aferição do ajuste macroeconômico
Para os ministros brasileiros, a política fiscal já produziu resultados na diminuição das despesas públicas Foto: Agência Brasil

Ancara – O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, expuseram, durante as reuniões do G-20, na capital da Turquia, que continua o ajuste macroeconômico do Brasil, com efeitos nítidos em três frentes: monetário, externo e fiscal. Porém, há um descasamento temporal entre a aferição de custos e benefícios do ajuste, o que tem gerado “um pessimismo exagerado”, que surgiu da extrapolação para o futuro dos custos presentes das mudanças, sem levar em consideração os fatores positivos que serão mantidos no longo prazo.

Eles destacaram que a forte desvalorização do câmbio elevou a competitividade das exportações do Brasil. Neste ano, as vendas de produtos para o exterior, descontadas as importações, dará a primeira contribuição positiva para o PIB desde 2005. O fluxo de recursos prossegue em ritmo intenso e o déficit de transações correntes cairá mais de 20% neste ano ante 2014.

Quanto à política monetária, apesar do intenso reajuste de preços relativos, as ações nessa área do governo foram capazes de ancorar as expectativas de inflação entre 2017 e 2019, considerados como médio e longo prazos. Embora a inflação esperada para este ano seja alta, nos primeiros meses de 2016 o IPCA deverá exibir acentuada queda, no acumulado de 12 meses. Esse movimento, junto com o desempenho mais benigno da inflação, tende a ajudar na ancoragem de expectativas para dezembro de 2016.

Para os ministros brasileiros, a política fiscal já produziu resultados na diminuição das despesas públicas e o governo continuará perseguindo o superávit primário de 0,7% do PIB em 2016. Essa é uma discussão que tende a se tornar mais profunda agora, com a tramitação no Congresso do Orçamento de 2016.