Economia

PEC dos gastos públicos propõe que FAT financie previdência de servidor

PEC dos gastos públicos propõe que FAT financie previdência de servidor PEC dos gastos públicos propõe que FAT financie previdência de servidor PEC dos gastos públicos propõe que FAT financie previdência de servidor PEC dos gastos públicos propõe que FAT financie previdência de servidor

Brasília – O Ministério da Fazenda quer que o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), responsável atualmente pelo pagamento do seguro-desemprego e do abono salarial, financie também as despesas de previdência dos trabalhadores da iniciativa privada e dos servidores públicos, além de benefícios assistenciais previstos na Constituição.

A expansão da cobertura do FAT foi incluída no texto da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que cria o teto de gastos para o governo, encaminhado ontem pelo Ministério da Fazenda ao Palácio do Planalto. A proposta, se levada adiante, tem potencial para retirar do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) parte dos recursos do FAT que formam o funding do banco. A proposta ainda tem que passar pelo crivo do presidente em exercício Michel Temer.

Com a medida, o governo quer ampliar na Constituição o leque de benefícios sociais que são bancados com o dinheiro do FAT e, ao mesmo tempo, desobrigar o Tesouro de cobrir anualmente o rombo do FAT, que em 2016 está estimado em R$ 8,7 bilhões.

Pela Constituição, pelo menos 40% da arrecadação do FAT – formada pela cobrança do PIS e do Pasep -, vai para o BNDES. É a principal fonte de recursos para as operações do banco de fomento. Ao final de maio, o BNDES tinha R$ 227 bilhões do FAT. A legislação em vigor diz que, se houver insuficiência de recursos para pagar os benefícios sociais cobertos pelo fundo, o banco tem que devolver o dinheiro ao FAT em parcelas.

Como o FAT certamente passará a ser deficitário, a medida exigirá que o fundo saque as poupanças acumuladas no passado junto ao BNDES. Sem essa mudança, o FAT já estava cobrando que o BNDES retornasse com R$ 15 bilhões para findar seus déficits.

Para especialistas, a medida será uma forma de “secar” o BNDES e o FAT. Essa medida e a antecipação do retorno de R$ 100 bilhões de empréstimos feitos pelo Tesouro Nacional ao BNDES, já anunciada pela presidente Temer, podem antecipar em 20 anos o que o banco tem que devolver à União.