Economia

PEC será usada para mudar teto por cessão onerosa, confirma Mansueto

PEC será usada para mudar teto por cessão onerosa, confirma Mansueto PEC será usada para mudar teto por cessão onerosa, confirma Mansueto PEC será usada para mudar teto por cessão onerosa, confirma Mansueto PEC será usada para mudar teto por cessão onerosa, confirma Mansueto

O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, confirmou nesta quarta-feira, 29, que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Orçamento Impositivo será aproveitada para mexer no teto de gastos e abrir caminho para a divisão de recursos do pré-sal com Estados e municípios e para o pagamento à Petrobras referente à revisão de um contrato de exploração do pré-sal firmado em 2010. A informação foi antecipada pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

Mansueto informou que o tema já tem sido discutido com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e que muito provavelmente o relator da PEC do Orçamento Impositivo já vai incorporar as mudanças em seu parecer, sem necessidade de envio de uma proposta para ser apensada.

O secretário alertou que não é recomendável usar essa nova emenda para incluir outras exceções ao limite, uma vez que o governo ainda enfrenta cenário de elevação da dívida pública. “Se mexer no teto agora (para além das exceções devido ao pré-sal), perde a âncora fiscal”, alertou.

Ele ressaltou que as duas transferências a Estados e municípios que serão excepcionalizadas do teto – divisão do bônus do leilão e do Fundo Social do Pré-sal, que recebe royalties de exploração – se assemelham a outras transferências constitucionais. Por isso, não haverá prejuízo à âncora fiscal nesses casos.

O secretário ressaltou ainda que a emenda do teto já prevê possibilidade de mudança em 2026 no índice que corrige o valor máximo, por meio de lei complementar. Ele sinalizou que essa mudança poderá ser feita sobretudo num cenário de trajetória mais saudável da dívida pública. “Mesmo com privatizações, a dívida pode cair, mas a dinâmica continua crescente”, explicou.

Hoje, as projeções do Tesouro indicam um pico da dívida entre 2022 e 2023 e queda leve no período subsequente. Mas o patamar da dívida ainda será elevado.

No sumário executivo divulgado juntamente com os números fiscais de abril, o Tesouro informou que “enquanto não se consiga colocar a dívida pública bruta em uma clara trajetória de queda como porcentagem do PIB, será necessário continuar com o esforço de ajuste fiscal no Brasil por meio do cumprimento da emenda do teto de gastos”. O cenário negou que essa tenha sido uma sinalização para a possibilidade de flexibilização do teto.

Mansueto ressaltou ainda que uma maior liberdade para receitas e despesas no Orçamento é necessária. “Receita vinculada está se tornando uma tremenda dor de cabeça no setor público”, afirmou.