Economia

Petrobras vai acessar mercados globais com hidrogênio verde, diz gerente

Petrobras vai acessar mercados globais com hidrogênio verde, diz gerente Petrobras vai acessar mercados globais com hidrogênio verde, diz gerente Petrobras vai acessar mercados globais com hidrogênio verde, diz gerente Petrobras vai acessar mercados globais com hidrogênio verde, diz gerente

A Petrobras enxerga potencial para produção de hidrogênio verde e de Power to X (PtX, conversão de energia renovável em outras fontes de energia) via eólicas offshore no extremo Sul do País, no Sudeste e no Nordeste, visando o mercado interno e o global, disse o gerente de Energia Renovável da Petrobras, Daniel Pedroso, que participou nesta segunda-feira, 14, da série Diálogos da Transição sobre eólicas offshore, promovida pela agência especializada epbr.

“Vemos uma potencial integração da eólica offshore e a cadeia do hidrogênio verde e o PTX, o que significa um grande potencial de inclusão de geração renovável a cadeias globais de produtos. É uma visão muito similar à que temos hoje, a utilização de um potencial brasileiro, da industrialização brasileira gerando riqueza no Brasil, mas também acessando mercados mundiais, que é o que a gente faz hoje com o (petróleo) pré-sal”, disse Pedroso.

Para ele, o sucesso dos projetos eólicos offshore no Brasil, que envolvem bilhões de dólares em investimentos, vai depender do custo da energia e das cadeias logísticas, além de uma regulação que estabeleça com “muita clareza” como ocorre o processo de outorga, e como essa outorga de áreas para instalação dos parques vai se conectar com o mercado de energia. “Vemos duas fases claras. A de (licitação) de áreas e mais adiante precisa ver como o processo de outorga de áreas de conexão com a produção de energia limpa”, explicou.

Ele defende que a primeira fase seja conduzida pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que já tem experiência em leilões de áreas marítimas nos leilões de petróleo, e a segunda fase, para contratação de energia, seja coordenada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). “Defendemos que na outorga de áreas sejam consideradas a qualificação técnico-financeira, de forma transparente, que as empresas outorgadas tenham de fato a clareza de investimentos”, afirmou.

Presente no debate, a presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), Elbia Gannoum, informou que está empenhada em conseguir a aprovação do marco regulatório das usinas eólicas offshore entre setembro e outubro.

Segundo ela, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira(PP-AL), prometeu colocar em votação o Projeto de Lei 576/2021, do então senador Jean Paul Prates (PT-RN), atual presidente da Petrobras.

Marco

“Há duas semanas o presidente da Câmara Arthur Lira me disse que vai colocar força na aprovação desse projeto, até porque a Reforma Tributária já foi para o Senado. Nós vamos trabalhar fortemente para isso. Estou indo hoje (14) para Brasília para agilizar a aprovação na Câmara dos Deputados, mas deve voltar para o Senado, porque não deve passar sem alteração. A meta é aprovar em setembro ou outubro no máximo”, disse Elbia Gannoum.

O governo anterior publicou no ano passado o Decreto 10.946 para regulamentar as usinas eólicas offshore, considerado insuficiente para dar segurança jurídica aos investidores e que acabou não sendo regulamentado. O atual governo, segundo Gannoum, ampliou a discussão sobre a nova indústria e optou por aguardar a aprovação do Projeto de Lei.

Segundo ela, não será preciso dar subsídio para a nova fonte, que pode custar o dobro da geração eólica em terra, e a maior preocupação é que se crie uma nova indústria de descarbonização no País, o que envolve a criação de um mercado de carbono; a regulamentação do hidrogênio verde, para criar demanda; a regulamentação das eólicas offshore; e a aprovação final da reforma tributária para estimular investimentos.

No Ibama, 78 projetos que somam 190 gigawatts (GW) aguardam licenciamento ambiental, o que dobraria a capacidade de geração de energia elétrica do Brasil.

A expectativa é de que sejam realizados os leilões de áreas e, posteriormente, os leilões de energia, que assegurem aos investidores que a energia produzida terá demanda.

“O primeiro passo seria um leilão de reserva para destravar alguns projetos para ter o aprendizado, com compromisso do governo na compra de energia, por isso é preciso aprovar logo o Projeto de Lei”, disse no mesmo evento o diretor da Corio Brasil, Ricardo de Luca, empresa de origem australiana e que pretende instalar 5 parques de energia eólica offshore no nordeste, sudeste e sul do Brasil, no total de 5 GW.