Economia

PP vai ao STF contra uso de dinheiro esquecido em bancos

PP vai ao STF contra uso de dinheiro esquecido em bancos PP vai ao STF contra uso de dinheiro esquecido em bancos PP vai ao STF contra uso de dinheiro esquecido em bancos PP vai ao STF contra uso de dinheiro esquecido em bancos

O partido PP ajuizou no Supremo Tribunal Federal (STF) uma ação que contesta a incorporação de valores esquecidos em contas bancárias para fins de cumprimento da meta fiscal do governo. A legenda fez um pedido de decisão cautelar para a suspensão imediata de trechos da lei que estabeleceu essa possibilidade. O processo foi protocolado na segunda-feira, 23, e o relator ainda será sorteado pela Corte.

O uso desse dinheiro, cerca de R$ 8,5 bilhões, faz parte das medidas articuladas entre Executivo e Congresso para compensar a desoneração da folha de pagamentos de 17 setores da economia e dos municípios com até 156 mil habitantes. A lei que prevê esta e outras compensações foi sancionada na semana passada.

Para o PP, o uso desse dinheiro configura “apropriação de valores privados” e viola o direito à propriedade, previsto na Constituição. “Esse dispositivo desconsidera que eventual mora no levantamento de depósitos ou a mera falta de atualização cadastral não implicam renúncia ao direito sobre os valores depositados”.

O partido ainda argumenta que o trecho da lei viola os princípios da isonomia e do devido processo legal ao prever prazo de apenas dois anos para o encerramento de contas sem movimentação. De acordo com a legenda, tal prazo “corresponde a enriquecimento ilícito ao Erário, uma vez que os valores a serem transferidos ao Tesouro decorrem de pagamentos de dívidas judiciais (precatórios), por força de decisão judicial transitada em julgado”.

As medidas compensatórias foram aprovadas após determinação do Supremo. Em abril, o ministro Cristiano Zanin suspendeu a desoneração a pedido do governo por entender que a lei não apresentou o impacto orçamentário e financeiro da medida.

Na última segunda-feira, 23, o secretário executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, afirmou que a equipe econômica não abre mão da “compensação integral” da desoneração, e sinalizou que o governo voltará ao Supremo caso os valores esquecidos em contas bancárias não sejam considerados uma contrapartida válida.