Economia

Proposta de revisão da meta fiscal será entregue na próxima semana, diz Jucá

Também sem citar valores, Jucá afirmou que a nova previsão de déficit incluirá perdas com o reconhecimento de baixas no balanço da Eletrobras e com a renegociação da dívida dos Estados

Proposta de revisão da meta fiscal será entregue na próxima semana, diz Jucá Proposta de revisão da meta fiscal será entregue na próxima semana, diz Jucá Proposta de revisão da meta fiscal será entregue na próxima semana, diz Jucá Proposta de revisão da meta fiscal será entregue na próxima semana, diz Jucá
O ministro demonstrou confiança de que será possível votar a revisão da meta até o prazo do próximo dia 30 Foto: Agência Brasil

Rio – O ministro do Planejamento Romero Jucá afirmou nesta quarta-feira, 18, que, após conversa com o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), o governo do presidente em exercício Michel Temer entregará no início da próxima semana a proposta de revisão da meta fiscal de 2016, com previsão de déficit. O ministro não falou em valores, mas voltou a afirmar que será superior aos R$ 96 bilhões máximos previstos na atual proposta, enviada ainda durante o governo Dilma Rousseff.

Também sem citar valores, Jucá afirmou que a nova previsão de déficit incluirá perdas com o reconhecimento de baixas no balanço da Eletrobras e com a renegociação da dívida dos Estados. O ministro demonstrou confiança de que será possível votar a revisão da meta até o prazo do próximo dia 30, apesar dessas variáveis e das disputas no Congresso.

“Vamos ter condições de precificar algumas coisas. Outras poderão entrar como ressalva. É isso que estamos discutindo, exatamente para dar o número mais preciso possível, porque é aquilo que eu tinha reclamado durante muitos anos, que é a incerteza dos números das previsões do governo. Se a gente quer que o governo fale a verdade e que tenha previsibilidade na economia, agora temos a possibilidade de agir dessa forma”, afirmou Jucá, ao deixar a reunião ordinária da Assembleia Latino-americana de Instituições Financeiras para o Desenvolvimento (Alide), no Rio.

Segundo Jucá, números da Eletrobras apontam que a perda para a União ficará entre R$ 15 bilhões e R$ 40 bilhões, mas a equipe econômica ainda não definiu qual valor entrará na previsão. “Deverá haver uma possibilidade de previsão de déficit (com a Eletrobras), mas não tem ainda como quantificar quanto é”, disse Jucá, reafirmando que o governo está apressando as investigações para determinar as perdas com irregularidades na estatal.

“Vamos trabalhar rapidamente para tentar, no prazo do recurso que a Eletrobras vai fazer sobre essa questão nos EUA, ter as condições de apresentar o relatório de impacto e aí sim fechar o condicionante do balanço. Temos pressa”, afirmou Jucá, referindo-se à resistência da consultoria KPMG em auditar o balanço da estatal por causa do reconhecimento de perdas com corrupção.

Dívida dos Estados

Sobre a renegociação do débito dos Estados, o ministro evitou comentar a proposta endossada na terça-feira pelos governos do Rio, Alagoas, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, de negociar uma moratória com carência de 12 meses no pagamento das dívidas. “Esse cálculo deverá estar previsto no déficit”, disse Jucá, reafirmando o discurso de apoio aos Estados, mas evitando descartar a moratória como possibilidade. “Levaremos em conta todas as posições e colocações dos governos estaduais. Existem diferentes situações de governo para governo”, disse Jucá. “A modelagem final não está definida ainda”, completou.

O ministro ainda afirmou que o governo Temer encontrou uma situação pior do que o esperado nas contas públicas. “A situação é pior porque recebemos uma proposta, no Congresso, de déficit de R$ 96 bilhões e, na verdade, o quadro é de mais dificuldade e de algumas incertezas que não podem ainda nem ser dimensionadas”, disse Jucá.

Jucá evitou comentar a definição do nome do novo líder do governo na Câmara, o deputado André Moura (PSC-SE), aliado de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente afastado da Câmara.