Economia

Redução do Reintegra pode ocasionar prejuízos de até 13,3 bi

Indústria foi à Justiça e garantiu a manutenção do crédito até agosto

Redução do Reintegra pode ocasionar prejuízos de até 13,3 bi Redução do Reintegra pode ocasionar prejuízos de até 13,3 bi Redução do Reintegra pode ocasionar prejuízos de até 13,3 bi Redução do Reintegra pode ocasionar prejuízos de até 13,3 bi
Foto: Divulgação
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O Reintegra foi instituído em 2011 Com o objetivo de estimular as exportações 

Para viabilizar o desconto no diesel, demandado durante a greve dos caminhoneiros, o governo decidiu eliminar os incentivos para os exportadores. A medida, que reduz a alíquota do Reintegra de 2% para 0,1%, prenuncia um impacto de R$ 13,3 bilhões para a economia brasileira.

O Reintegra (Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para as Exportadoras) é um programa que devolve aos empresários uma parte do valor exportado em produtos manufaturados via créditos do PIS e Cofins. Para Marco Silva, coordenador da Abracomex, Associação Brasileira de Assessoria e Consultoria em Comércio Exterior, a empresa que exporta ganha muito mais do que simplesmente a receita pela venda. 

“O comércio exterior promove qualidade técnica, diversifica mercado e produtos, entre outras vantagens. Por isso, as políticas de incentivo à exportação, como o Reintegra, são bem vindas por ir na direção da construção de uma cultura exportadora tão carente no Brasil” comenta.

Entretanto, para viabilizar o desconto de R$0,46 no diesel, o governo reduziu a alíquota, colocando em risco a competitividade das indústrias nacionais. “A redução tira da empresa brasileira a competitividade. O comércio exterior no Brasil com isso parece andar na contramão do desenvolvimento”, explica Silva. Segundo a Associação Brasileira de Comércio Exterior, os prejuízos podem chegar a R$13,3 bilhões na economia exportadora.

Liminares

Aliviando os prejuízos, entidades que representam diversos setores da indústria, como a Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes), Centro da Indústria do Estado (Cindes) e uma indústria de Santa Catarina, foram à Justiça para parar a decisão de redução.

Com a alegação de que a redução somente poderia começar a valer a partir de 1º de janeiro de 2019, as liminares garantiram a manutenção do crédito de 2% sobre as receitas de exportação até agosto deste ano.

Entretanto é uma medida temporária. “O governo precisa arrecadar de alguma forma e as liminares não vão devolver ao exportador brasileiro o folego necessário para investir e planejar seus negócios com o exterior”, lamenta Silva.

O Programa

O Reintegra foi instituído em 2011 Com o objetivo de estimular as exportações e aumentar a competitividade da indústria nacional, com a devolução de parte dos custos tributários federais remanescentes nas cadeias de produção de bens destinados ao mercado externo.

Com a necessidade de ajuste fiscal, o benefício foi reduzido nos últimos anos. De 3% em 2014 passou para 1% em 2015, caiu para 0,1% em 2016, 2% em 2017 e 2018. Para 2019, a expectativa é que o percentual volte a 3% – se o governo não decidir revogá-lo.