Produtores capixabas de café foram diretamente beneficiados pelo recuo dos Estados Unidos no tarifaço. Foto: Arquivo/Marcelo Camargo/Agência Brasil
Produtores capixabas de café foram diretamente beneficiados pelo recuo dos Estados Unidos no tarifaço. Foto: Arquivo/Marcelo Camargo/Agência Brasil

O setor produtivo do Espírito Santo reagiu à decisão dos Estados Unidos de retirar café e frutas da lista de produtos submetidos ao tarifaço. Apesar do alívio para atividades importantes do agro capixaba, outros segmentos continuam enfrentando sobretaxas e, segundo lideranças, o impacto segue significativo.

O recuo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, beneficia principalmente os produtores capixabas que cultivam mamão, gengibre, pimenta e outras frutas, além do café. A avaliação é do vice-governador Ricardo Ferraço, que conduz as articulações com o setor produtivo e com o governo brasileiro.

Café tem isenção, mas solúvel segue taxado

Entre os itens exportados pelo Estado, o café recebeu tratamento diferenciado: os tipos verde, torrado, moído e derivados foram liberados da sobretaxa, enquanto o café solúvel permanece tributado em 50%.

Apesar da isenção parcial, o produto industrializado segue na lista de itens sobretaxados.

Cerca de 20% do café solúvel produzido no Espírito Santo é destinado aos Estados Unidos. Ainda assim, as três indústrias responsáveis pelo processamento têm redirecionado seus produtos para outros mercados ou exportado por intermédio de países terceiros.

Segundo o sindicato, o tarifaço teria pressionado os preços ao consumidor norte-americano, contribuindo para inflação mais alta e para a queda de popularidade do presidente, fatores que pesaram na decisão de recuo.

O café permanece como a principal cultura agrícola do Espírito Santo, gerando mais de 400 mil empregos diretos e indiretos em 60 mil propriedades, segundo o Incaper. Em média, dois em cada três produtores capixabas são cafeicultores.
No primeiro semestre de 2025, o ES exportou US$ 771 milhões em café.

Pescados seguem tarifados

Se, para o café, o recuo representou alívio para os produtores, outros itens exportados continuam submetidos à sobretaxa. No setor de pescados, por exemplo, 98% da produção capixaba tem como destino os Estados Unidos.

A atividade pesqueira é apontada como um dos segmentos com maior impacto social. De acordo com o Ministério da Pesca e Aquicultura, 31 mil famílias no Espírito Santo dependem diretamente do setor.

Quartzito sai, mas setor permanece afetado

O segmento de mármore e granito, responsável por 20 mil empregos no Estado, continua submetido às sobretaxas impostas pelos EUA. Em julho, o quartzito, que representa 40% das exportações capixabas do setor para o mercado norte-americano, teve sua retirada da lista.

O governo do Espírito Santo afirma manter postura de cautela enquanto segue negociando para que as demais cadeias produtivas também estejam contempladas em futuras decisões.

*Com informações da repórter Lucas Henrique Pisa, da TV Vitória/ Record

Redação Folha Vitória

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