Economia

Sem acordo com sindicato, Renault demite 747 funcionários no Paraná

No fim de semana, o presidente do sindicato, Sérgio Butka, disse que se houvesse demissões aleatórias a entidade defenderia o início de uma greve

Sem acordo com sindicato, Renault demite 747 funcionários no Paraná Sem acordo com sindicato, Renault demite 747 funcionários no Paraná Sem acordo com sindicato, Renault demite 747 funcionários no Paraná Sem acordo com sindicato, Renault demite 747 funcionários no Paraná
Foto: Divulgação

A Renault confirmou nesta terça-feira, 21, a demissão de 747 trabalhadores da fábrica de São José dos Pinhais (PR) e a suspensão do terceiro turno de trabalho. Na sexta-feira a empresa propôs ao Sindicato dos Metalúrgicos de Curitiba e Região a abertura de um Programa de Demissão Voluntária (PDV), com alguns benefícios, mas a proposta foi recusada em assembleia de funcionários.

Anteriormente, a empresa havia proposto a manutenção dos 7,2 mil empregos do complexo, mas com redução por prazo indeterminado de jornada e salários em 25%, mas também não foi aceita pela entidade. Às 17h30, haverá uma assembleia dos trabalhadores nos portões da fábrica.

No fim de semana, o presidente do sindicato, Sérgio Butka, disse que se houvesse demissões aleatórias a entidade defenderia o início de uma greve. Segundo ele, o pacote para o PDV não era atrativo para os funcionários e as condições de quem permanecesse na fábrica também seriam mais precárias pois a empresa suspenderia reajustes neste ano e no próximo.

Nas demissões comunicadas nesta tarde aos funcionários, a empresa afirma que, considerando o contexto, “como forma de suportar os colaboradores nesse momento”, além das verbas rescisórias legais vai estender aos demitidos o pagamento do vale-mercado até outubro e o plano de saúde até dezembro, além de oferecer um programa de orientação para a recolocação no mercado de trabalho.

A proposta recusada do PDV oferecia pagamento de 3,5 a seis salários extras dependendo do tempo de contrato do funcionário (incluindo dois meses de benefício da MP 936), plano médico por um ano e vale-mercado até dezembro, além da primeira parcela da Participação nos Lucros e Resultados (PLR).

A Renault alega que a medida é para minimizar os impactos da crise e, ao mesmo tempo, viabilizar o futuro do negócio. Também afirma que a medida “está alinhada com projeto de redução de custos anunciado pelo Grupo Renault em maio, válido para todo o mundo.”

O complexo no Paraná produz os modelos Sandero Stepway, Logan, Kwid, Duster, Oroch, Master e Captur e também tem unidades de motores e injeção de alumínio.