Economia

Setor de rochas reage à tarifa dos EUA com ações no ES, Brasília e Washington

Mais de 1.140 contêineres não embarcaram apenas em julho, gerando um prejuízo estimado de US$ 38 milhões (R$ 212,42 milhões) para o Estado

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Exportação
No primeiro semestra de 2025, o setor de rochas registrou um recorde histórico de vendas para o mercado norte-americano. Foto: Canva

O setor de rochas naturais brasileiro intensificou sua mobilização contra a tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos às exportações do segmento. A medida, que afeta principalmente o Espírito Santo, responsável por 95% dos embarques nacionais, motivou uma série de ações estratégicas programadas para esta semana em diferentes frentes: no governo estadual, em Brasília e no exterior.

Espírito Santo

Na segunda-feira (28), o governo do ES promove uma reunião com representantes do setor, coordenada pelo vice-governador Ricardo Ferraço. O encontro contará com a presença de lideranças da Associação Brasileira de Rochas Naturais (Centrorochas) e do Sindicato das Indústrias de Rochas Ornamentais, Cal e Calcário do ES (Sindirochas).

De acordo com o Centrorochas, mais de 1.140 contêineres não embarcaram apenas em julho, gerando um prejuízo estimado de US$ 38 milhões (R$ 212,42 milhões) para o Estado.

Durante a reunião, serão apresentados os desdobramentos das articulações com entidades dos EUA, como o Natural Stone Institute (NSI) e a National Association of Home Builders (NAHB), que vêm manifestando preocupação com os impactos da tarifa sobre a construção civil americana.

Brasília

Ainda na segunda-feira, representantes do Centrorochas participam, a convite do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, da Cerimônia de Sanção da Lei do Programa Acredita Exportação, no Palácio do Planalto. A solenidade contará com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Washington

A mobilização internacional terá como ponto alto a reunião oficial na Embaixada do Brasil em Washington, agendada para a sexta-feira (1º de agosto). Na ocasião, o Centrorochas entregará uma carta à NAHB reforçando os efeitos negativos da tarifa sobre o custo da construção civil nos EUA.

O evento contará com a presença da embaixadora Maria Luiza Ribeiro Viotti, da imprensa local, de representantes do NSI e da NAHB. Além disso, tem apoio do deputado federal Evair de Melo e do embaixador do Brasil no Canadá, Carlos França.

Impacto no mercado americano

De acordo com um relatório preliminar da NAHB, a tarifa pode elevar ainda mais os custos da construção nos EUA. Atualmente, 85% da pedra natural consumida no país é importada, sendo o Brasil o maior fornecedor, com 22,6% de participação. Os materiais brasileiros tem utilização em bancadas e acabamentos, e os EUA não possuem produção doméstica suficiente para suprir a demanda.

A medida pode impactar diretamente mais de 12 mil fabricantes, 500 distribuidores e 200 mil empregos em solo americano.

Além disso, o documento aponta que o custo dos materiais de construção nos EUA já subiu 41,6% nos últimos cinco anos, superando a inflação no período. A nova tarifa tende a agravar esse cenário, interrompendo cadeias de suprimento e afetando a indústria da construção como um todo.

Dados do setor

O setor de rochas naturais emprega cerca de 480 mil pessoas direta e indiretamente. Em 2024, o setor exportou US$ 1,26 bilhão (R$ 7,043 bilhões), um crescimento de 12,7% em relação a 2023. Os EUA responderam por 56,3% das exportações.

No primeiro semestre de 2025, as vendas para o mercado norte-americano alcançaram US$ 426 milhões (R$ 2,38 bilhões), um crescimento de 24,6% frente ao mesmo período do ano anterior. Ou seja, um recorde histórico para o setor.

Redação Folha Vitória

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Redação Folha Vitória é a assinatura coletiva que representa a equipe de jornalistas, editores e profissionais responsáveis pela produção diária de conteúdo do Folha Vitória. Comprometida com a excelência jornalística, a equipe atua de forma integrada para garantir informações precisas, atualizadas e relevantes, sempre alinhada à missão de informar com ética, democratizar o acesso à informação e fortalecer o diálogo com a comunidade capixaba. O trabalho do grupo reflete o padrão de qualidade da Rede Vitória de Comunicação, consolidando o veículo como referência em jornalismo digital no Espírito Santo.

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