Economia

Supermercados formam rede de compra contra crise no Rio

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Rio – A crise levou o segmento de supermercados do Rio a pensar em alternativas. Entre elas está a formação de uma rede de oito supermercados para comprar conjuntamente suas mercadorias com escala. Segundo o presidente da Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (Asserj), Fábio Queiróz, 128 lojas de mercados de pequeno e médio portes estão envolvidas no negócio.

Ele nega que, como resultado dessa união, os preços aos consumidores será uniformizado e alega que a disputa com grandes grupos excluídos da rede vai impedir a formação de um cartel. “Muito pelo contrário. A tendência é fomentar a concorrência e os preços caírem”, argumentou. Os nomes das empresas envolvidas serão anunciados na próxima quinta-feira, 30.

No Rio, a crise atingiu mais o comércio varejista do que na média do País, por causa, especialmente, da dificuldade enfrentada pelos funcionários públicos, há meses com os salários atrasados. Por isso, a expectativa é de queda de 1% das vendas no fechamento do ano em relação a 2016. Em dezembro, o saldo será de estabilidade, diante da perspectiva de crescer o mesmo que a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A retomada do crescimento é aguardada apenas para 2018.

“Considerando o cenário econômico atual, seria ruim da nossa parte reclamar. É claro que do ponto de vista de gestor não é um bom desempenho. Mas, para o ano que vem, já apostamos em crescimento de 2% no Rio”, disse Queiróz.

O presidente da Asserj comentou que a crise trouxe mudanças nos hábitos de consumo. Parte da população das classes A e B deixou de frequentar restaurantes com a mesma frequência de antes e passou a comprar alimentos nobres para consumir em casa. Com isso, a venda de cortes especiais de carne e cervejas artesanais subiu mais do que a das demais mercadorias, exemplificou.

Queiróz comentou também as mudanças na legislação trabalhista e os efeitos no setor. Entre as possíveis mudanças, citou a contratação em regime intermitente para cumprir funções especiais. Outra possibilidade, disse ele, é a negociação com os empregados para reduzir o horário de almoço para que, em compensação, retornem mais cedo para casa.

“Há também pontos de dúvida na legislação. Não sabemos até onde o judiciário vai interpretar a lei”, destacou.

Em abril, uma comissão de 50 pessoas do segmento varejista de alimentos vai à Disney aprender a transformar o momento de consumo em diversão. A ideia é utilizar a experiência norte-americana como mais uma ferramenta de combate à crise.