O tarifaço foi a água no pescoço dos produtores capixabas, que agora estão aprendendo a nadar. Por isso já tem um grupo de malas prontas para a feira de Anuga em Colônia, na Alemanha. Vamos ter um grupo de 8 representantes do café, 1 representante da macadâmia e 4 representantes do gengibre. Entre os representantes do café capixaba também há produtores de pimenta do reino. A feira é a maior do mundo nos setores de alimentos e bebidas.
A missão capixaba é resultado de articulação do governo do Espírito Santo junto à ApexBrasil, a agência de comércio exterior brasileira. Nesse sentido, o órgão de mostrou receptivo à demanda e garantiu espaço aos capixabas na comitiva brasileira.
Embora não haja espaço físico para exposição de produtos – já esgotado meses antes devido à alta procura e lista de espera -, a ApexBrasil abriu uma exceção e providenciou credenciais para que os exportadores possam participar da feira, além de articular contatos de negócios com compradores internacionais. Não é pouca coisa. Cada credencial custa em média 700 euros (R$ 4,4 mil). A ida dos produtores (passagem, hospedagem, transporte), porém, é bancada por eles mesmos.
Para o Estado, o movimento é estratégico porque “o mundo inteiro está na feira” e o Espírito Santo precisa mostrar sua competitividade. O café capixaba, por exemplo, já tem forte presença no mercado europeu e atende às exigências de sustentabilidade. Mais de 98% das áreas são livres de risco de desmatamento desde 2019. Já setores como o da pimenta e do gengibre reforçam investimentos privados em qualidade e rastreabilidade para atender às normas sanitárias do continente.
Feira com projeção internacional
A ida à Anuga marca também uma nova etapa da política de internacionalização do agronegócio capixaba. A presença na Alemanha amplia a vitrine e permite acompanhar tendências globais e estratégias de concorrentes diretos.
Para o governo, a viagem à feira de Anuga é um investimento necessário diante do fechamento parcial do mercado americano. A avaliação é de que, ao abrir caminhos na Europa, os capixabas criam alternativas sólidas de expansão e garantem que o Espírito Santo mantenha protagonismo no comércio exterior de alimentos e bebidas.
E com essa expertise, agora o objetivo é planejar com antecedência para levar mais produtores e apresentar mais produtos capixabas na maior feira do mundo.