A Feira de Anuga, na Alemanha, foi composta por vários pavilhões e teve compradores de todo o mundo. Crédito: Divulgação/Feira de Anuga
A Feira de Anuga, na Alemanha, foi composta por vários pavilhões e teve compradores de todo o mundo. Crédito: Divulgação/Feira de Anuga

O presidente americano Donald Trump deu um aperto nos produtores capixabas, com o aumento de tarifas. Foi o combustível para voar em busca de outros mercados. E o início de tudo foi a Feira de Anuga, em Colônia, na Alemanha. A participação na maior feira de alimentos do mundo abriu portas para o café, a pimenta, o gengibre bem como a macadâmia do Estado. Nesse sentido, a missão foi operacionalizada pela Secretaria de Estado da Agricultura (Seag) e marcou um passo importante na estratégia de expansão das exportações capixabas. A expectativa agora é transformar contatos em negócios concretos.

O subsecretário da Seag, Michel Tesch, contou que a feira impressionou pela grandiosidade. Segundo ele, todos os produtores fizeram contatos comerciais relevantes.

Não fecharam negócios ainda, mas agora vem o follow up. Ou seja, seguir os contatos feitos e os cartões trocados. As expectativas são muito boas.

Michel Tesch, sub secretário de Agricultura do ES

O Espírito Santo participou de forma integrada. Ou seja, reuniu setores distintos sob uma mesma identidade visual e institucional, o que deu mais visibilidade aos produtos capixabas.

A aproximação com a Apex Brasil, agência federal de promoção das exportações, foi outro ponto decisivo. A instituição elogiou a articulação capixaba e se mostrou aberta a uma parceria mais sólida. A ideia é ter um espaço próprio do Espírito Santo na próxima edição da Anuga, prevista para 2027. Nesse sentido, o desafio, segundo Tesch, é desenhar o modelo de participação, com aporte conjunto de recursos públicos e privados.

Sandro Rodrigues (CCCV), Fabrício Tristão (Presidente do CCCV) e Laudemir André Muller (ApexBrasil) na feira em frente ao estande do Brasil. Crédito: Divulgação

A experiência na Alemanha também acendeu novas ambições. O setor da macadâmia, por exemplo, de São Mateus, fez contatos com compradores da Índia e do Vietnã. Já os produtores de gengibre descobriram oportunidades na área de bebidas e derivados. Do mesmo modo o café capixaba, do gourmet ao exótico, consolidou presença em um mercado que valoriza sustentabilidade e origem.

Não é só Alemanha: ES se abre ao mundo

A missão foi estratégica em um momento em que o Espírito Santo busca diversificar destinos bem como reduzir a dependência dos Estados Unidos e da Europa. Ou seja, o tarifaço americano fez o ES olhar com mais atenção para a Ásia e para a África.

O fato do tarifaço abriu os olhos para outros mercados emergentes, como o indiano e o africano.

Michel Tesch, sub secretário da Seag

Nesse sentido, a ideia agora é estruturar a participação capixaba em feiras internacionais com inteligência e planejamento. A Apex Brasil deve ajudar a definir formatos, custos e o tamanho do espaço do Espírito Santo. Com a nova edição da feira marcada para 2027, o tempo será usado para preparar as empresas bem como capacitar produtores para um mercado global cada vez mais exigente.

Wesley Bonomo, produtor de macadâmia e pimenta em reunião com executiva da Vietnan Pepper and Spice Association. Crédito: Divulgação

De volta ao Brasil, o sentimento entre os participantes é de entusiasmo e aprendizado. A comitiva capixaba viu de perto como o mundo se organiza em torno da inovação, da agroindustrialização e da sustentabilidade. O Estado quer estar nesse mapa. E não apenas como fornecedor de commodities, mas como produtor de alimentos de valor agregado. Anuga foi o primeiro passo de uma caminhada que promete render frutos. E abrir mercados.

Edu Kopernick

Editor de Economia

Edu Kopernick é jornalista formado na Faesa, especialista em Comunicação Organizacional pela Gama Filho, com experiência em reportagens especiais para veículos nacionais e séries sobre economia do Espírito Santo. Já teve passagens pelos principais veículos de TV, rádio e webjornalismo do Estado. É editor de Economia do Folha Vitória desde 2024, apresentador de TV e host do videocast ValorES.

Edu Kopernick é jornalista formado na Faesa, especialista em Comunicação Organizacional pela Gama Filho, com experiência em reportagens especiais para veículos nacionais e séries sobre economia do Espírito Santo. Já teve passagens pelos principais veículos de TV, rádio e webjornalismo do Estado. É editor de Economia do Folha Vitória desde 2024, apresentador de TV e host do videocast ValorES.