*Artigo escrito por Alessandro Coutinho, pró-reitor de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão da Universidade Vila Velha (UVV)
O desenvolvimento de uma nação passa, inevitavelmente, pelo fortalecimento de sua capacidade de produzir conhecimento. Neste contexto, a pesquisa e a pós-graduação desempenham papel fundamental.
Não se trata apenas de formar mestres e doutores, mas de promover a produção de conhecimento e a inovação, gerar soluções para os desafios sociais e econômicos e transformar a realidade por meio da ciência.
Por isso, é tão simbólico que o Espírito Santo sedie pela primeira vez uma edição do Fórum de Pró-Reitores de Pesquisa e Pós-Graduação (FOPROP), evento que reúne lideranças de renomadas Instituições de Ensino Superior, públicas e privadas.
Fórum de pós-graduação discute futuro da ciência
Mais do que um encontro institucional, este fórum é um espaço de reflexão sobre o futuro da ciência brasileira e sobre como podemos e devemos fortalecer a pós-graduação brasileira como alicerce para um país mais justo, competitivo, inclusivo e sustentável.
O tema central deste fórum não poderia ser mais atual: o impacto das transformações tecnológicas, como a inteligência artificial, nos rumos da pesquisa e nos processos de ensino. Estamos diante de uma mudança de era.
A forma como produzimos e acessamos conhecimento está sendo profundamente alterada, e isso exige uma atuação estratégica por parte das instituições de ensino, do poder público e da sociedade. Não se trata apenas de acompanhar as mudanças, mas de conduzi-las com responsabilidade.
É preciso debater os limites éticos da inteligência artificial no ensino e na pesquisa, repensar currículos, criar novos modelos de avaliação e garantir que o avanço tecnológico seja um aliado do progresso econômico e social.
Papel estratégico e estruturante
Neste contexto, a pós-graduação stricto sensu exerce um papel estratégico e estruturante. É nesse espaço que se formam cientistas, docentes e profissionais altamente qualificados para a indústria e demais setores produtivos.
A partir dela, consolidam-se redes de pesquisa, colaborações internacionais e se desenham políticas públicas voltadas à ciência, tecnologia e inovação. Investir na pós-graduação, portanto, é investir na soberania científica, na competitividade econômica e no futuro do Brasil.
Enfrentamos ainda um desafio urgente: valorizar a ciência brasileira em todas as suas dimensões, da pesquisa básica à aplicada, por meio de financiamento adequado, políticas de Estado consistentes e reconhecimento da sociedade.
O desenvolvimento de uma nação não existe sem ciência. E, seja no setor público ou privado, não há ciência forte sem instituições genuinamente comprometidas com a excelência, a transparência e a cooperação. Afinal, a inovação é o resultado de ciência e tecnologia multiplicadas por investimento.
Destaca-se que realização do FOPROP no Espírito Santo é fruto da articulação entre instituições públicas e privadas, como a UVV, a UFES e o IFES.
Compromisso com a educação
Este trabalho conjunto demonstra que, quando há compromisso coletivo com a educação e a pesquisa em nosso estado, é possível ampliar horizontes e gerar impacto real na sociedade.
O Brasil precisa, mais do que nunca, olhar com seriedade para sua capacidade de formar talentos, inovar e transformar.
Debates como os promovidos no FOPROP são essenciais para que possamos enfrentar os desafios de uma sociedade cada vez mais complexa e, justamente por isso, cada vez mais dependente do conhecimento.