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Campeões do passado minimizam decisão da Fifa: "Nada mais justo"

Para alguns, uma conquista. Para outros, tanto faz. É o caso de Zico, craque do Flamengo em 1981 e da seleção brasileira entre 1978 a 1986, que não deu tanta importância à decisão da Fifa

Justiça. Mesmo disfarçado, esse é o sentimento dos ídolos do passado de Flamengo, Grêmio, Santos e São Paulo sobre a decisão da Fifa de ratificar as conquistas de títulos mundiais do antigo torneio intercontinental, disputados de 1960 a 2004 e, até essa sexta-feira (27), tratados com peso inferior sob a ótica da entidade máxima do futebol mundial.

Pouco depois da divulgação da Conmebol, via Twitter, sobre o referendo da Fifa, a reportagem entrou em contato com craques que conquistaram o torneio com as camisas de Santos (1962/1963), Flamengo (1981), Grêmio (1983) e São Paulo (1992 e 1993). Apesar de tentarem minimizar a importância da confirmação por parte da entidade, todos se mostraram bastante satisfeitos.

Coutinho, parceiro eterno de Pelé e camisa 9 do Santos nas conquistas contra Milan e Benfica, alegou que sempre se sentiu campeão do mundo, mas aprovou a decisão. "Sempre fui campeão mundial e o Santos também, eles [Fifa] querendo ou não. Foi jogado e resolvido dentro de campo, não em um escritório, então, nada mais justo do que esse reconhecimento".

Da boca de Valdir Espinosa, técnico do Grêmio de 1983, a palavra justiça foi repetida algumas vezes. "Estou muito feliz. Um título conquistado dentro de campo foi reconhecido, finalmente houve coerência. Sinto que aquilo que conquistamos foi respeitado após 34 anos", disse. 

Na voz, a alegria fez com que o ex-treinador se exaltasse: "Foi muito bacana [essa decisão da Fifa], tudo isso é muito legal. Está confirmado e oficializado, o Grêmio é campeão mundial e está na briga pelo bicampeonato", afirmou. Espinosa aproveitou para dar dicas ao atual time de Renato Gaúcho: "Para conquistar o Mundial pela segunda vez o Grêmio precisa manter os pés no chão, viver etapa por etapa e subir degrau por degrau, sabendo que as dificuldades existem", afirmou.

No São Paulo, não foi diferente: o ex-volante Pintado, campeão pelo Tricolor em 1992, garantiu que a equipe ganhou muito mais que um mundial: "Era o título de nossas vidas. Foi uma conquista pelo São Paulo, um dos maiores clubes do Brasil e do mundo, então, para nós, pouco vale o que a Fifa disse ou não. O mais importante foi dar alegria para o torcedor e ter mudado o patamar do São Paulo, que, depois daquele título, ficou reconhecido mundialmente", disse o jogador.

Palhinha, atacante do São Paulo em 1992 e em 1993, também celebrou a decisão: "Fiquei muito feliz em saber que realmente somos reconhecidos né. É sinal que valeu muito a pena trabalhar como trabalhamos para chegar aonde chegamos", emocionou-se.

Para alguns, uma conquista. Para outros, tanto faz. É o caso de Zico, craque do Flamengo em 1981 e da seleção brasileira entre 1978 a 1986, que não deu tanta importância à decisão da Fifa: "Para mim, pouco importa o que a Fifa decide, uma vez que eu nunca deixei de me sentir campeão mundial".

*Colaborou Leonardo Vallejo, estagiário do R7

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