Em março, comitiva de exportadores e produtores capixabas participou de missão comercial no Vietnã. Registro no porto de Cai Mep.
Em março, comitiva de exportadores e produtores capixabas participou de missão comercial no Vietnã. Registro no porto de Cai Mep.

Enquanto lideranças nacionais do setor de café atuam em Washington para tentar reverter os efeitos do “tarifaço” imposto pelos Estados Unidos, exportadores do Espírito Santo voltam-se para a Europa em busca de novas oportunidades comerciais. Entre 2 e 5 de outubro, uma comitiva de produtores e exportadores, liderada pelo Centro do Comércio de Café de Vitória (CCCV), estará na Suíça e na Alemanha.

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Comitiva reforça competitividade do café capixaba em meio a preços elevados, tensões geopolíticas e novas barreiras comerciais

A missão tem como objetivo reforçar a competitividade do café capixaba em um cenário global de preços elevados, tensões geopolíticas e novas barreiras comerciais. A agenda inclui encontros com importadores e torrefadores, além da participação no fórum da Swiss Coffee Trade Association e na Anuga 2025, em Colônia, Alemanha, uma das maiores feiras internacionais de alimentos e bebidas.

A Europa já é um destino estratégico para o café do Espírito Santo. Nos últimos quatro anos, o continente absorveu em média 41% das exportações capixabas, movimentando cerca de US$ 745 milhões. 

Em 2025, até agosto, esse percentual se manteve: foram 1,1 milhão de sacas embarcadas, que geraram US$ 330 milhões em receita. Os principais mercados foram Bélgica (7%), Espanha (6,7%) e Alemanha (5%). No mesmo período, de 2021 a 2024, os Estados Unidos representaram apenas 12% das compras.

Fabrício Tristão, presidente do CCCV

Para Fabrício Tristão, presidente do CCCV, a missão ganha relevância diante do atual cenário internacional, marcado por preços elevados, tensões geopolíticas, a disputa comercial entre EUA e China e as novas tarifas americanas sobre o café brasileiro. 

Outro diferencial, de acordo com Tristão, é a posição geográfica do continente, praticamente equidistante entre o Espírito Santo e o Vietnã, os dois maiores produtores globais de conilon/robusta.

Além da prospecção comercial, a comitiva busca fortalecer a imagem do Espírito Santo como origem de cafés sustentáveis, de qualidade e apoiados em infraestrutura logística eficiente.

O fórum da Suíça vai debater temas centrais para o setor, como os impactos das crises geopolíticas no comércio, uso da inteligência artificial, liderança em tempos de incerteza, inovação e impacto social, políticas tarifárias, sustentabilidade, agricultura regenerativa, o Regulamento Europeu Antidesmatamento (EUDR) e o futuro da cafeicultura.

A ação faz parte de uma agenda contínua para impulsionar a cafeicultura capixaba no cenário internacional. Em março, outra comitiva esteve no Vietnã, maior produtor mundial de café robusta, em uma missão técnica para conhecer o ecossistema da cafeicultura vietnamita. A programação incluiu visitas a propriedades, indústrias, portos e centros de comércio.

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Stefany Sampaio
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Colunista

Stefany Sampaio revela o universo do agronegócio capixaba de Norte a Sul, destacando dados, histórias inspiradoras, produtores e os principais acontecimentos do setor.

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