Com colheita mecanizada, cafeicultores capixabas superam falta de mão de obra Com colheita mecanizada, cafeicultores capixabas superam falta de mão de obra Com colheita mecanizada, cafeicultores capixabas superam falta de mão de obra Com colheita mecanizada, cafeicultores capixabas superam falta de mão de obra
Produtores de café apostam na mecanização para driblar escassez de mão de obra no ES
Produtores de café apostam na mecanização para driblar escassez de mão de obra no ES

A colheita de café no Espírito Santo está passando por uma verdadeira revolução. Com a escassez de mão de obra no campo, muitos produtores encontraram na mecanização o aliado ideal para manter a produtividade e reduzir custos. O som do café caindo na lona continua sendo uma das maiores satisfações de quem vive da lavoura, mas agora, cada vez mais, ele é acompanhado pelo ronco das máquinas.

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Mecanização impulsiona a produtividade

Duas tecnologias se destacam nas lavouras capixabas: a colheita semi-mecanizada, realizada com trator e recolhedora, e a automotriz, que faz todo o trabalho sozinha, de forma 100% mecanizada.

Na propriedade de Dalvacir Guaitolini, em Sooretama, no Norte do Estado, a mecanização começou há dois anos, com um investimento de aproximadamente R$ 600 mil. O produtor explica que todo o planejamento da lavoura foi feito pensando nesse avanço.

“Essa lavoura tem cinco anos e já foi projetada para receber a mecanização. Antes, minha família fazia a colheita toda manual, como muita gente ainda faz. Mas isso exige muita mão de obra e tempo. Hoje, com a recolhedora, consigo colher com cerca de 15 a 16 pessoas em 30 dias. Antes, precisaria do dobro de trabalhadores para fazer no mesmo período”, explica Guaitolini.

Colheita semi-mecanizada: mais agilidade e menos custos

Na colheita semi-mecanizada, o trabalho é combinado: a poda dos galhos carregados de café ainda é feita manualmente, mas o recolhimento dos frutos acontece com lonas puxadas pela recolhedora, tornando o processo mais ágil e eficiente.

Para Guaitolini, a mecanização representa um caminho sem volta. “A disponibilidade de mão de obra está cada vez menor. A mecanização, feita com responsabilidade, só traz benefícios: agilidade, redução de custos e mais eficiência.”

Aroldo Cunha, cafeicultor

Outra novidade que ganha espaço no campo é a colheita automotriz, que promete ainda mais eficiência, com uma mecanização completa e ainda menos dependência de mão de obra.

O produtor Aroldo Cunha é um dos que já investiram nessa tecnologia: “No ano passado, em parceria com a PME Máquinas, comprei uma automotriz e hoje estou colhendo com ela pela primeira vez. Não tem mais volta. É máquina, é mecanizada, é automotriz.”

A colheita automotriz utiliza equipamentos que vibram as hastes das plantas, derrubam os frutos e fazem a coleta em seguida. Segundo Cunha, a eficiência é tão grande que o investimento se paga rapidamente:

Um exemplo de máquina automotriz é a K3000, que além de garantir a colheita da safra atual, preserva a planta para as safras seguintes — uma das maiores preocupações dos produtores.

“Minha lavoura está toda apta para o ano que vem. Mantemos a copa, que é a produção futura, e as hastes que, no modelo tradicional, seriam perdidas”, destaca Cunha.

Além da velocidade, a automotriz oferece tecnologia embarcada, com monitoramento em tempo real do rendimento da colheita, melhor planejamento e redução de perdas.

“Não tem volta mais. Isso é o futuro. Aviso meus colegas: quem não tem ainda, compre, porque esse será o nosso caminho”, recomenda o produtor.

Para Dalvacir Guaitolini, a mecanização vai se expandir cada vez mais: “A tendência é mecanizar o máximo possível. Ganhamos agilidade, reduzimos custos e otimizamos o trabalho. Só vejo benefícios.”

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Stefany Sampaio
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Colunista

Stefany Sampaio revela o universo do agronegócio capixaba de Norte a Sul, destacando dados, histórias inspiradoras, produtores e os principais acontecimentos do setor.

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