As cooperativas capixabas comercializaram 3,27 milhões de sacas de café em 2024, somando conilon e arábica, volume praticamente estável em relação a 2023 (3,25 milhões). O conilon respondeu por 2,67 milhões de sacas, enquanto o arábica somou 601,3 mil.
Entre 2022 e 2023, o setor havia registrado um salto de quase 30%, impulsionado pelo avanço do conilon e pelo crescimento expressivo do arábica. Já em 2024, o conilon teve retração de 6,8%, mas ainda manteve patamares elevados em comparação a 2022. O destaque foi o arábica, que seguiu em expansão e cresceu 55,4% frente ao ano anterior, reforçando sua participação no mix das cooperativas.
Acompanhe o Folha Business no Instagram
O valor das vendas no mercado interno também cresceu. Em 2024, as cooperativas movimentaram R$ 2,1 bilhões, avanço de 48,2% em relação a 2023, quando o faturamento foi de R$ 1,4 bilhão. O desempenho superou até mesmo o resultado de 2022 (R$ 1,9 bilhão). Nesse período, foram comercializadas 8,5 mil sacas de conilon especial e 16,3 mil de arábica.
Nas exportações, o desempenho foi ainda mais expressivo. As vendas externas de conilon cresceram 89,7%, saltando de 151,6 mil sacas em 2023 para 287,6 mil em 2024. Já o arábica teve aumento de 150%, passando de 80,1 mil para 200,5 mil sacas. O conilon especial, por outro lado, recuou 64,1%, caindo de 2.674 sacas para 960.
A análise do anuário mostra que, nos últimos três anos, apenas o arábica manteve trajetória de crescimento contínuo, saindo de 245,6 mil sacas em 2022 para mais de 601,3 mil em 2024. O conilon, após crescer 26,7% entre 2022 e 2023, recuou em 2024, mas segue em níveis elevados
Entre as cooperativas, a Cooabriel, sediada em São Gabriel da Palha e considerada a maior de café conilon do Brasil, é uma das que se destacam nas vendas com 1,73 milhão de sacas comercializadas em 2024.
Os municípios que mais se destacaram foram São Gabriel da Palha (306,4 mil sacas), Nova Venécia (199,4 mil), Vila Valério (189,9 mil), Boa Esperança (124,7 mil) e Rio Bananal (121,1 mil), entre outros.
O peso do cooperativismo no agro capixaba
Para Pedro Melhorim, presidente do Sistema OCB/ES, o impacto do cooperativismo no agronegócio é “fantástico”. Ele destaca que 37% do faturamento do cooperativismo no Espírito Santo em 2024 veio do agro, com reflexos diretos nas famílias rurais e na agricultura familiar.
“Estamos falando de grandes cooperativas que englobam pequenos produtores e geram impacto social imensurável”, disse.
Melhorim também ressaltou a importância da intercooperação e do intercâmbio de experiências. “Recentemente estivemos no Paraná para troca de práticas com outras cooperativas, e recebemos uma missão da Inglaterra interessada em conhecer os cafés do Espírito Santo. Essa rede fortalece o setor e amplia o alcance dos nossos produtos”, destacou.
Outro movimento observado é a volta de jovens ao campo. “Muitos filhos de produtores estão retornando para gerir os negócios das famílias, atraídos pela qualidade de vida no interior e pelas novas oportunidades. Isso transforma as comunidades, e onde existe cooperativa o desenvolvimento é mais forte”, concluiu.
Leia também: