
A produção de mel no Espírito Santo vem registrando crescimento contínuo e se consolidando como uma importante atividade da agricultura familiar capixaba. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o estado produziu 846 mil quilos de mel em 2024, um aumento de 55% em relação a 2016, quando o volume era de 544 mil quilos.
O valor da produção também mais que dobrou no período, passando de R$ 6,2 milhões para R$ 12,3 milhões. Entre os municípios que mais se destacam, Aracruz lidera o ranking estadual, responsável por 10,6% da produção, seguido de Fundão (9,7%) e Marechal Floriano (9,5%).
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Setor apícola se consolida como alternativa de renda no campo capixaba
Segundo o secretário de Agricultura do Espírito Santo, Enio Bergoli, o setor apícola está em franca expansão, e um dos desafios é alcançar, até 2032, a marca de mil toneladas de mel produzidas no estado, além de ampliar o consumo entre os capixabas.
“A apicultura capixaba tem grande potencial para gerar renda, diversificar a produção e fortalecer a agricultura familiar. O Plano Estratégico de Desenvolvimento da Agricultura Capixaba estabelece objetivos claros, como ampliar a assistência técnica, fortalecer o cooperativismo e incentivar o uso de abelhas como bioinsumos agrícolas”, destacou Bergoli.
Além da geração de renda, a apicultura e a meliponicultura (criação de abelhas com e sem ferrão) desempenham papel estratégico na sustentabilidade ambiental e na segurança alimentar. As abelhas são fundamentais para a polinização de diversas culturas agrícolas, contribuindo para o aumento da produtividade das lavouras e para o equilíbrio dos ecossistemas.
A meliponicultura, em especial, vem ganhando espaço em propriedades familiares capixabas. As abelhas nativas sem ferrão, como a jataí, a uruçu e a mandaçaia, produzem com características únicas, de alto valor agregado e reconhecidas por suas propriedades medicinais.
Essa atividade sustentável representa uma alternativa de renda para pequenos produtores e contribui para a conservação da biodiversidade local.
O avanço da apicultura no Espírito Santo também está conectado à cafeicultura, principal atividade agrícola do estado. Segundo maior produtor de café do Brasil e líder nacional em café conilon, o Espírito Santo tem visto cada vez mais apicultores instalarem colmeias em cafezais.
A parceria é vantajosa para ambos os lados: as abelhas polinizam as flores do café, elevando a qualidade e a produtividade dos grãos, enquanto os cafezais oferecem néctar para a produção de mel de sabor diferenciado, como o tradicional “mel flor de café”.
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