No Brasil, com 96% da área do café já colhida no final de agosto, a safra de 2025 está estimada em 55,2 milhões de sacas beneficiadas. Mesmo sendo um ano de baixa bienalidade, o volume representa crescimento de 1,8% em relação a 2024, segundo o 3º levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta quinta-feira (4).
No caso do conilon, a produção nacional deve alcançar 20,1 milhões de sacas, um avanço expressivo de 37,2% frente à safra anterior.
O Espírito Santo, maior produtor da variedade no país, é o principal responsável por esse resultado, com previsão de colher 13,8 milhões de sacas, o que representa aumento de 40,3% em relação a 2024. A produtividade média também deve saltar de 37,4 sacas por hectare para 53,5 sacas por hectare neste ano.
Já no arábica, a situação é diferente: a produção capixaba está estimada em 3,3 milhões de sacas, queda de 18,8% em função da bienalidade negativa e dos efeitos do clima. No total, somando as duas espécies, a safra capixaba deve atingir 17,1 milhões de sacas, crescimento de 23,2%.
Condições Climáticas e desempenho do conilon
De acordo com o coordenador de cafeicultura do Incaper, Fabricio Tristão, as condições climáticas e os avanços no manejo foram determinantes para o desempenho do conilon.
“O conilon este ano vai ter uma safra cerca de 40% maior do que a anterior. Tivemos chuvas regulares, temperaturas adequadas no período de desenvolvimento dos frutos e um incremento importante no manejo de adubação, irrigação e controle de pragas e doenças. Tudo isso contribuiu para elevar a produtividade e a produção no Espírito Santo”, explicou.
Em contrapartida, o arábica sofreu mais com o clima adverso.
“No arábica, já era esperado um ano de bienalidade negativa, mas o problema foi acentuado pela seca antes da florada e pelo veranico no período de granação, entre fevereiro e março. Esses fatores impactaram de forma negativa e a safra deve ser menor”, destacou Tristão.
Outro ponto ressaltado pelo coordenador é o investimento dos produtores em inovação.
“Hoje, praticamente 90% da área de conilon no estado é irrigada, e grande parte utiliza a fertirrigação, que traz ganhos diretos de produtividade. Além disso, muitos agricultores já estão avançando na mecanização, tanto na colheita semimecanizada quanto na mecanização plena, com máquinas automotrizes. Esse movimento mostra como o setor tem evoluído e se modernizado”, completou.