Os dados do Anuário do Cooperativismo Capixaba, divulgado pelo Sistema OCB/ES, mostram que as cooperativas capixabas comercializaram 3,27 milhões de sacas de café em 2024, somando conilon e arábica, volume praticamente estável em relação a 2023 (3,25 milhões). O conilon respondeu por 2,67 milhões de sacas, enquanto o arábica somou 601,3 mil.
Nos embarques para o exterior, houve crescimento expressivo. As exportações de café conilon subiram 89,7%, passando de 151.618 para 287.616 sacas, e o arábica avançou 150%, de 80.160 para 200.510 sacas. Já o conilon especial, acima de 80 pontos, registrou queda de 64,1%, de 2.674 para 960 sacas. No arábica especial, não houve registro de exportações nos dois anos. No total, as exportações saltaram de 234 mil sacas em 2023 para 489 mil em 2024, um crescimento de 108,6%.
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Cafés capixabas foram enviados a 43 países em 2024
O Sistema OCB/ES destaca que esses números referem-se apenas às vendas diretas das cooperativas a importadores internacionais. Uma parte significativa do café produzido é comercializada para empresas exportadoras intermediárias e não entra nessa contagem.
O mercado interno também registrou avanço. Em 2024, as cooperativas movimentaram R$ 2,1 bilhões na comercialização de café, aumento de 48,2% em relação a 2023 (R$ 1,4 bilhão). O setor agropecuário das cooperativas como um todo movimentou R$ 6,3 bilhões, crescimento de 9,1%, atuando em agricultura, extrativismo, agroindústria, aquicultura e pesca. Entre as principais cooperativas estão Cooabriel, Coopginger, Coopbac, Colamisul, Coopram, Coocafé, Selita e Clac.
O alcance internacional também avançou: em 2024, cafés capixabas foram enviados a 43 países, ante 27 em 2023, incluindo novos mercados como Canadá, Coreia do Sul, Gana, México e Vietnã.
Segundo Pedro Melhorim, presidente do Sistema OCB/ES, o cooperativismo tem impacto relevante no agronegócio e na vida das famílias.
“No ano passado, 37% do faturamento do cooperativismo no Espírito Santo veio do agronegócio. Além do efeito econômico, há impacto social imensurável, principalmente na agricultura familiar, com assistência técnica e oportunidades para pequenos produtores”, afirma.
Na cadeia do leite, por exemplo, 60% da produção estadual passa por cooperativas, que oferecem industrialização, assistência e estímulo à geração de renda. “As cooperativas atraem jovens de volta ao campo, fortalecendo o desenvolvimento das comunidades”, ressalta Melhorim. A intercooperação, missões técnicas e parcerias internacionais são outros fatores que ampliam o alcance e a competitividade das cooperativas capixabas no Brasil e no mundo.
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