A busca por tecnologias que reduzam a mão de obra e aumentem a eficiência no campo tem crescido entre os produtores capixabas. Uma das novidades apresentadas na Feira Internacional do Café Conilon (FIC), que segue até sábado (29), no Centro de Exposições de Jaguaré, é uma máquina desenvolvida na China que utiliza inteligência artificial para selecionar grãos de café de forma rápida e precisa.
Equipamento foi apresentado durante a Feira Internacional do Café Conilon
O equipamento, produzido pela empresa Anysoft, que instalou sua primeira fábrica fora da China em Santa Cruz do Rio Pardo (SP), promete elevar o padrão de qualidade do café capixaba e ajudar produtores a conquistar mercados internacionais.
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Segundo a empresa, a máquina trabalha com base em um banco de dados alimentado por milhares de imagens de defeitos de café. O operador programa o lote desejado e o seletor óptico identifica e expulsa grãos de café pretos, verdes, brocados, deixando apenas o café limpo e padronizado. Os modelos variam em capacidade: conseguem selecionar entre 80 e 400 sacas por hora.
Rodrigo Pasquini, gerente comercial da Anysort, explicou que o Espírito Santo entrou definitivamente no radar da companhia por conta do crescimento da cafeicultura e do bom desempenho do Conilon.
“A cultura do Conilon no norte do Espírito Santo está muito forte este ano. O produtor foi bem remunerado, teve boa produtividade e agora é o momento de investir em qualidade”, afirmou Pasquini.
O aumento do valor agregado é, segundo ele, o principal benefício da máquina.
“A nossa tecnologia permite duas coisas: elevar a qualidade do produto final e, ao mesmo tempo, reduzir perdas ao longo do processo. Muito café bom acaba saindo junto com a palha ou com o resíduo, e a máquina consegue recuperar esse grão. O resultado é um café muito mais limpo, dentro das exigências da exportação e com preço final melhor para o produtor”, explicou.
Além do café, a tecnologia pode ser usada para selecionar pimenta-do-reino, amendoim, sementes, soja, milho e sorgo. A empresa aponta que pequenos produtores também podem se beneficiar, especialmente os que ainda fazem a separação manual.
“A máquina traz padrão, confiabilidade e agilidade. A separação manual depende do olho humano, do cansaço, do ritmo do dia. Com a seletora, o processo se torna muito mais eficiente”, disse. A empresa já tem uma máquina em operação no município de Rio Bananal e outra vendida para produtores de café conilon de Linhares, em uma negociação gerada durante o evento.
Colunista
Stefany Sampaio revela o universo do agronegócio capixaba de Norte a Sul, destacando dados, histórias inspiradoras, produtores e os principais acontecimentos do setor.
