Prejuízo de R$ 50 milhões: "bloqueio do Ramal Ferroviário de Aracruz é inaceitável", aponta presidente da Findes

Passados mais de dez dias desde o início do bloqueio no Ramal Ferroviário de Piraqueaçu, em Aracruz, os prejuízos econômicos e produtivos já chegam a R$ 50 milhões, segundo estimativa do Fórum de Entidades e Federações do Espírito Santo (FEF). A paralisação, liderada por indígenas da aldeia Córrego D’Ouro, busca a inclusão das comunidades no Programa de Indenização Definitiva (PID) da Samarco, relacionado ao rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG).

O presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) e coordenador do FEF, Paulo Baraona, afirma que o bloqueio atinge um dos principais corredores logísticos do Estado, comprometendo o escoamento de cargas entre Minas Gerais e o litoral capixaba. Para ele, a situação é “inaceitável” e representa uma ameaça direta à competitividade da indústria e à credibilidade do Espírito Santo como hub logístico nacional. Entenda.

Desde 2020,  interrupções e bloqueios já chegam a quase 100 dias

O trecho interrompido liga a Estrada de Ferro Vitória-Minas, concedida à Vale, à região portuária de Aracruz – essencial para o fluxo de cargas industriais, agrícolas e minerais, aponta Paulo Baraona. Segundo ele, desde 2020, no entanto, as interrupções na via já totalizam quase 100 dias, provocando prejuízos recorrentes ao setor produtivo e ao comércio exterior capixaba.

“O bloqueio de um ramal estratégico como o de Aracruz fere o princípio da livre iniciativa e compromete a competitividade da indústria capixaba. Além dos enormes prejuízos econômicos, cada novo bloqueio fragiliza a imagem do Espírito Santo como hub logístico seguro, eficiente e confiável. Empresas mineiras, que tradicionalmente utilizam a infraestrutura capixaba para escoar sua produção, já buscam alternativas em outros estados, o que coloca em risco investimentos e empregos e enfraquece a posição do ParkLog ES como um dos eixos logísticos mais importantes do país”, afirma o presidente da Findes e coordenador do FEF.

O FEF – que reúne as principais instituições representativas da indústria, do comércio e dos serviços capixabas — defende uma solução urgente para o impasse e o retorno à normalidade das operações ferroviárias.

“Diante dessa gravidade, o prolongamento desse impasse amplia o prejuízo econômico, social e reputacional do Espírito Santo e gera insegurança para todo o setor produtivo. Reiteramos o compromisso do FEF com o diálogo e com a defesa do desenvolvimento sustentável e legal do Espírito Santo, mas reforçamos que é urgente restabelecer a legalidade e o equilíbrio produtivo o quanto antes, garantindo que o Espírito Santo continue sendo referência de eficiência e confiabilidade para o Brasil e para o mundo”, conclui Paulo Baraona.

O bloqueio, iniciado no dia 23 de outubro, segue sem acordo até o momento. Cerca de 200 famílias cobram a inclusão dos povos indígenas nos acordos de reparação pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, Minas Gerais, ocorrido em 2015.

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Ricardo Frizera

Colunista

Sócio-diretor da Apex Partners, casa de investimentos com R$ 14 bilhões de reais sob cuidado. Seu propósito é ajudar a colocar o Espírito Santo no mapa. Alcança mais de 1 milhão de pessoas por mês utilizando plataformas de mídia digitais e tradicionais.

Sócio-diretor da Apex Partners, casa de investimentos com R$ 14 bilhões de reais sob cuidado. Seu propósito é ajudar a colocar o Espírito Santo no mapa. Alcança mais de 1 milhão de pessoas por mês utilizando plataformas de mídia digitais e tradicionais.