Segundo o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, do IBGE, os indicadores de área plantada e volume de produção confirmam mudanças importantes no desempenho das principais culturas capixabas em 2024 e nas projeções para 2025. Os dados compilados pelo Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) mostram que o café conilon segue como protagonista absoluto da agricultura do Espírito Santo.
Em 2024, a cultura respondeu por 53,1% do valor total das lavouras do estado. Para 2025, a expectativa é de avanço robusto: alta de 30,5% no volume produzido e aumento de 4,8% na área colhida, saindo de 657 mil toneladas em 2024 para 857,6 mil toneladas. O desempenho é atribuído a condições climáticas favoráveis e a melhorias nos tratos culturais, impulsionadas pelos preços elevados no mercado internacional.
Agricultura capixaba: metade das principais culturas cresce e metade recua, diz IJSN
Na contramão, o café arábica, que representou 18,9% do valor agrícola de 2024, deverá encerrar 2025 em queda. A estimativa aponta recuo de 14,7% no volume e de 4,4% na área colhida. A bienalidade negativa da cultura é um dos principais fatores, somada a períodos de falta de chuva, altas temperaturas e floradas irregulares que provocaram abortamento de frutos, além do registro de pragas como o ácaro vermelho em algumas regiões.
Outro destaque do agronegócio capixaba é a pimenta-do-reino, responsável por 9,6% do valor da produção em 2024. A cultura mantém trajetória ascendente e deve fechar 2025 com aumento de 13,7% no volume e 2,3% na área colhida, reflexo do ingresso de novas áreas estimuladas pelos bons preços do ano anterior.
A banana, 4,2% do valor agrícola de 2024, apresenta leve recuo de 1% na produção e 0,7% na área. Já o mamão, com 3,5% de participação, registra alta de 4% no volume e 0,3% na área. O cacau, equivalente a 2,3% do valor agrícola de 2024, também cresce: +3% no volume e +1,9% na área. O tomate, responsável por 2%, apresenta estabilidade, com avanço tímido de 0,2% no volume e 3% na área colhida.
O coco-da-baía, que respondeu por 1,2% do valor agrícola em 2024, deve registrar queda de 5,7% no volume e de 0,9% na área em 2025. A cana-de-açúcar, com 1% de participação, mantém estabilidade, com oscilações discretas de 0,3% em volume e área. Já o abacaxi, que retornou ao ranking das dez principais culturas com 0,6% do valor gerado, aponta queda de 2,7% na produção e estabilidade na área.
No total, os dez principais produtos agrícolas do Espírito Santo responderam por 96,4% do valor da produção estadual em 2024.
A cada início de ano, o levantamento reúne informações diretas dos produtores e considera fatores climáticos e estruturais para definir as estimativas. Ao longo dos meses, os números vão sendo revisados conforme o clima, pragas, disponibilidade tecnológica e demais variáveis afetam o desenvolvimento das lavouras. Os dados consolidados dão origem, no ano seguinte, ao relatório da Produção Agrícola Municipal (PAM), também divulgado pelo IBGE.
O diretor de Integração do IJSN, Antônio Rocha, reforça que o panorama agrícola capixaba deve encerrar 2025 com metade das culturas em crescimento e metade em queda.
“A agropecuária é acompanhada no Panorama Econômico do IJSN, em que detalhamos diversos setores econômicos. Em relação ao ano anterior, temos em 2025 uma previsão de crescimento de algumas culturas, entre elas o café conilon, com 30,5%, a pimenta-do-reino, com 13,7%, o mamão, com 4%, o cacau, com 3%, e a cana-de-açúcar, com 0,3%. Em contrapartida, temos previsão de queda no café arábica, com 14,7%, devido à bienalidade negativa registrada neste ano, além da banana, com 1%, o tomate, com 0,2%, o coco, com queda de 5,7%, e o abacaxi com 2,7%”.
Leia também: