O Espírito Santo vai ganhar mais uma rota turística oficial. Foi aprovado, na última semana, o Projeto de Lei (PL) 387/2025, que reconhece a Rota dos Pomeranos, localizada no município de Domingos Martins, como parte do circuito turístico estadual. A região se destaca pelos costumes, dança, artesanato, folclore, língua, religião e gastronomia. A proposta, analisada em regime de urgência, foi apreciada em reunião conjunta das comissões de Justiça, Cultura, Turismo e Finanças da Assembleia Legislativa.
“A cultura pomerana é um importante atrativo local, expressando-se em diversas manifestações: costumes, tradições, música, dança, artesanato, folclore, língua, religião, gastronomia e arquitetura. Enfim, são inúmeros os motivos que tornam essa região uma das mais promissoras rotas turísticas e culturais do Espírito Santo”, afirma Marcelo Santos na justificativa da proposta.
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Segundo o parlamentar, a Pomerânia ficava às margens do Mar Báltico, na Europa, e foi anexada pela Prússia em 1720. No século XIX, em meio a crises políticas, econômicas e sociais que resultaram em desemprego e instabilidade, muitos pomeranos decidiram migrar para o Brasil em busca de novas oportunidades.
Os primeiros colonos chegaram ao Espírito Santo em junho de 1859, instalando-se na então Colônia de Santa Leopoldina. Com o tempo, foram se deslocando para outras regiões. Em 1907, 33 famílias fundaram a comunidade de Tijuco Preto, em Domingos Martins, e construíram a Igreja Evangélica de Lutero no sítio da família Schoenrock.
Hoje, a comunidade local reúne mais de cinco mil habitantes e tem na agricultura familiar a base da economia. “Destaque para a produção de café, gengibre, mexerica ponkan, morango e a criação de tilápias, entre outras atividades. Nos últimos anos, os produtores da região vêm agregando valor aos seus produtos, o que tem elevado a renda familiar e ampliado a capacidade de investimento”, acrescentou Marcelo.
A presença pomerana deixou marcas profundas no Espírito Santo. Além de Domingos Martins, cidades como Santa Maria de Jetibá, considerada a maior concentração de pomeranos do Brasil, preservam tradições religiosas, a língua e costumes como o “casamento de três dias”. A agricultura, com foco em café, frutas e hortaliças, segue sendo uma das principais heranças do grupo.
Itarana pode se tornar a Capital Estadual da Papa de Milho
Outro município capixaba pode ganhar um título de destaque cultural. O Projeto de Lei (PL) 518/2025, de autoria do deputado Adilson Espíndula, propõe declarar Itarana como Capital Estadual da Papa de Milho e incluir o tradicional “Tombo da Papa” no calendário oficial do turismo e da cultura do Espírito Santo. A proposta altera o Anexo I da Lei 10.974/2019, que reúne títulos e homenagens concedidos a municípios capixabas.
Segundo a justificativa, a papa de milho é uma iguaria feita de milho, alimento cultivado em grande escala na região. De forte influência italiana e pomerana, o prato é distribuído durante o evento Tombo da Papa, considerado um símbolo de união, fartura e preservação cultural. Para o parlamentar, Itarana é a guardiã dessa tradição e responsável pela realização do festival.
O evento anual consiste em despejar uma grande quantidade de papa de milho em um enorme tabuleiro para servir ao público. A festa atrai milhares de pessoas, movimenta a economia local e reforça a identidade comunitária. Neste ano, foi realizada entre os dias 1º e 3 de agosto.
Colunista
Stefany Sampaio revela o universo do agronegócio capixaba de Norte a Sul, destacando dados, histórias inspiradoras, produtores e os principais acontecimentos do setor.
