A família da pequena Laura Beatriz, menina de 5 anos que morreu após ser atropelada enquanto atravessava com a mãe uma faixa de pedestres na Avenida Carlos Lindenberg, na Glória, em Vila Velha, pede justiça.
O tio-avô de Laura, Jair Almeida, visivelmente abalado, relatou a dor que a família enfrenta: “A mãe dela ainda está bastante debilitada, com fraturas do acidente, e muito abalada. Só pedimos que seja feita justiça”, declarou.
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O atropelamento, que aconteceu na noite de quarta-feira (21), envolveu o motorista Wenderson Fagundes Melo de Oliveira, que furou o sinal vermelho, não prestou socorro e fugiu do local, alegando medo de ser linchado.
Laura, que estava no colo da mãe, Mara Núbia, 36 anos, foi arremessada por cerca de 5 metros com o impacto e sofreu traumatismo craniano, não resistindo aos ferimentos. Ela morreu na tarde desta sexta-feira (23).
VEJA O MOMENTO DO ATROPELAMENTO:
Heidson Fantoni, pai de Laura, mesmo em meio à tragédia, declarou que perdoa o motorista responsável pelo atropelamento da filha.
“Eu não posso ter raiva do que aconteceu, mas naquele dia fiquei estressado, e venho pedir perdão. Eu libero o perdão para a vida do rapaz, devido ao acidente da minha filha que veio a falecer, porque nessa vida a gente tem que perdoar para ser perdoado”, afirmou Heidson.
O avô materno de Laura, Arlindo da Vitória, expressou a revolta da família pela falta de apoio direto do motorista.
“Eu e a família toda estamos arrasados por esse crime brutal. Esse delinquente está pedindo desculpas pela mídia, mas eu quero que ele venha pedir desculpa para a família pessoalmente, porque até o momento ele não se apresentou. O que ele está fazendo é se esconder do crime”, desabafou.
Criança sepultada em Vitória
Laura Beatriz, que era autista de grau 1, foi enterrada na tarde deste sábado (24) no cemitério de Santo Antônio, em Vitória. O corpo da criança chegou ao local no período da manhã, e o enterro aconteceu às 16h.
A mãe de Laura, Mara Núbia, também foi gravemente ferida no acidente e precisará passar por cirurgia. Ela recebeu alta hospitalar na noite de quinta-feira (22), mas retornou ao hospital após ser informada sobre o estado crítico da filha.
Polícia pede prisão preventiva de motorista
O motorista se apresentou à Polícia Civil horas depois do atropelamento, chegou a ser detido, mas foi liberado após pagamento de R$ 1.500 de fiança.
Diante da gravidade do caso, a Delegacia Especializada de Delitos de Trânsito solicitou à Justiça a prisão preventiva do condutor.
A informação do pedido de prisão foi passada pelo governador Renato Casagrande, que também expressou solidariedade à família e destacou a importância de refletir sobre a violência no trânsito.
Em um vídeo enviado à imprensa, o motorista afirma que está disposto a pagar pelos erros e disse que foi uma “fatalidade”.
“Eu sei que nunca vão me perdoar por isso e eu ‘tô’ aqui para falar que eu estou disposto a ajudar, a colaborar no que for preciso. Se eu tiver que ficar preso, eu ficarei preso. Estou aqui para pedir perdão a todos, porque foi uma fatalidade”, disse Wenderson.
Estagiário
Jornalista em formação pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e atua como estagiário no Jornal Folha Vitória
