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MPES pediu cancelamento do evento "Orla Folia 2018”

A Justiça chegou a mudar o horário do evento, mas até um pedido de cancelamento foi feito pelo Ministério Público do Espírito Santo

MPES pediu cancelamento do evento “Orla Folia 2018” MPES pediu cancelamento do evento “Orla Folia 2018” MPES pediu cancelamento do evento “Orla Folia 2018” MPES pediu cancelamento do evento “Orla Folia 2018”
MPES pediu cancelamento do evento "Orla Folia 2018”
O evento reuniu muitas pessoas em Itaparica

O Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES) apresentou uma Ação Civil Pública (ACP), no último dia 10 de janeiro, por meio da 7ª e 14ª Promotorias de Justiça Cível de Vila Velha, e conseguiu, com a Justiça, alterar o horário do “Orla Folia 2018”. A sentença determinou que a realização fosse entre 13h às 17h, em um determinado trecho da orla de Itaparica, mas a Promotoria de Justiça Cível de Vila Velha ingressou, após decisão da Justiça, com um Agravo de Instrumento requerendo o cancelamento do evento.

De acordo com o MPES, em julho, eles receberam reclamações dos moradores da Praia de Itaparica relatando o tumulto e as irregularidades ambientais e urbanísticas causadas pelo evento realizado no ano passado. A partir do abaixo-assinado feito pelos moradores, foi firmado um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com os organizadores do evento. 

Ainda segundo o Ministério Público, o descumprimento do TAC levou ao ajuizamento de uma Ação Civil Pública, no dia 10 de janeiro, que verificou a violação do limite de público, a realização do evento em local impróprio, considerando uma zona urbana, predominantemente residencial, e a poluição sonora causada pela utilização de trios elétricos, os quais ultrapassariam os limites de volume para o horário e área residencial.

Autorização da Justiça

No dia 11 de janeiro, um dia após o ingresso da Ação Civil Pública, o juiz de Direito, Fernando Cardosos Freitas, indeferiu o pedido liminar do Ministério Público do Espírito Santo, de suspensão/cancelamento do evento “Orla Folia 2018”.

“Assim, pelo exposto, indefiro o pedido liminar. Porém, com base no poder geral de cautela, imponho ao segundo requerido, Sr. Adriano Teixeira da Silva, o cumprimento rigoroso dos termos do TAC nº 019/2017 e demais exigências para realização do evento, mormente o ITEM 02 do TAC nº 019/2017 (nível de ruído máximo de 100 dB) e o ITEM 04 do TAC nº 019/2017 (o horário da festa das 13h às 17h) e a EXIGÊNCIA DE INTERDIÇÃO APENAS DE UM SENTIDO DA VIA (Itaparica X Itapoã), sob pena de multa de R$ 30.000,00 (trinta mil reais) pelo descumprimento de cada um desses três pontos destacados”, relatou o juiz na decisão.

O MPES informou que mesmo diante da sentença, os organizadores continuaram a anunciar horário diferente do determinado e a vender os “abadás”. Diante disso, além da suspensão do evento “Orla Folia 2018”, o Agravo de Instrumento também requeria que a organização efetuasse o reembolso a todos que adquiriram os “abadás”. Além disso, caso o evento não fosse suspenso, que os valores obtidos com a venda dos ingressos fossem revertidos ao Poder Público em decorrência do uso do espaço público sem a devida autorização.

Outro lado

A produção do jornal online Folha Vitória tentou falar com Bruno Vitalino, organizador do evento “Orla Folia 2018”, e também com Adriano Teixeira da Silva, mas ambos não atenderam as ligações da reportagem.

O evento

Mesmo com todos os pedidos, o evento foi realizado, mas terminou em confusão. A festa foi organizada por um proprietário de um dos quiosques localizado na orla. Durante a confusão, prédios foram depredados, houve correria e pânico.

A Polícia Militar (PM) teve que usar a cavalaria e tiros de borracha para afastar a multidão. Vários vídeos foram feitos por moradores. A confusão teria começado quando a polícia tentava desobstruir uma das vias. Por meio de nota, informou que o Comando Geral participou das reuniões junto à Comissão Municipal de Eventos – COMUNE – e nas oportunidades, manifestou-se de forma contrária a realização da festa nos moldes como foi realizada, por entender que os riscos agregados e o incômodo aos moradores seriam inevitáveis.

Já a Prefeitura de Vila Velha disse que o “Orla Folia” passou pela Comissão Municipal de Eventos (Comune) e foi devidamente aprovado, cumprindo todas as condicionantes necessárias para a realização do evento. Segundo estimativa da Guarda Municipal, cerca de 10 mil pessoas participam do evento.

Ara Ketu

A banda ‘Ara Ketu’ divulgou uma nota em sua rede social, na manhã desta segunda-feira (15), informando que não faltou ao evento “Orla Folia 2018”. Segundo eles, não houve nenhum contrato e nenhum depósito para a participação deles no evento. Segundo a banda, em agosto do ano passado, o organizador do evento entrou em contato com o empresário deles e demonstrou interesse em contratar o grupo, mas voltou atrás, pois não teria o valor para pagar.