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Polícia indicia diretores da Backer por contaminação de cerveja em Minas Gerais

Os investigadores concluíram que furos nos tanques de produção da fábrica, em Belo Horizonte, causaram a contaminação com os anticongelantes monoetilenoglicol e dietilenoglicol

Foto: Reprodução / Instagram

Três diretores e sete funcionários da cervejaria Backer foram indiciados pela Polícia Civil, nesta terça-feira (9), pela contaminação de bebidas da empresa, que provocou mortes e intoxicou clientes em Minas Gerais.

Segundo o delegado Flávio Grossi, responsável pelo caso, em um dos equipamentos havia uma falha na solda.

Os investigadores concluíram que furos nos tanques de produção da fábrica, em Belo Horizonte, causaram a contaminação com os anticongelantes monoetilenoglicol e dietilenoglicol. Foi encontrado o vazamento dentro do tanque, jorrando o líquido tóxico para dentro da cerveja. 

Um vídeo produzido pela Polícia Civil de Minas Gerais mostra onde havia os problemas no processo de produção.

Participações

Após cinco meses, segundo o inquérito concluído, há indícios de que houve "negligência e imperícia" por parte dos funcionários da empresa, já que o manual de instrução dos tanques sugeria o uso de produtos não tóxicos para realizar o resfriamento de bebidas.

Os diretores foram indiciados por não terem retirado as cervejas do mercado após o início das investigações, conforme havia orientado o Ministério da Agricultura e Pecuária. Além deles, uma testemunha vai foi indiciada por mentir nos depoimentos, na tentativa de extorquir a cervejaria.

Veja qual seria a participação de cada indiciado no caso:

• Três diretores: indiciados por manter a venda de produtos que ofereciam risco à vida dos clientes e por não fazer um grande ato de publicização sobre a contaminação;

• Chefe de manutenção: se omitiu ou não agiu para controlar as falhas. Indiciado por homicídio culposo, lesão corporal culposa, e contaminação de produto alimentício;

• Seis responsáveis técnicos: responsáveis por garantir a qualidade do produto. Indiciados por homicídio culposo, lesão corporal culposa e contaminação de produto alimentício;

• Testemunha: indiciada por falso testemunho e extorsão, por mentir durante as investigações.

Produtos tóxicos

A Backer afirma desde o início das investigações, que usa apenas o monoetilenoglicol em sua linha de produção, o que foi confirmado pela Polícia Civil. Segundo os investigadores, o dietilenoglicol pode ter chegado na cervejaria após uma empresa de São Paulo ter vendido as substâncias misturadas para o fornecedor de produtos químicos da Backer.

De acordo com o delegado Flávio Grossi, o inquérito será enviado às autoridades policiais do Estado vizinho para que possam tomar as medidas cabíveis em relação à possível troca de substâncias.

O delegado defendeu, contudo, que a situação não retira a responsabilidade dos representantes da cervejaria mineira.

Outro lado

Em nota, a empresa destacou que "irá honrar com todas as suas responsabilidades junto à Justiça, às vítimas e aos consumidores", e afirmou que vai se manifestar sobre o inquérito após seus advogados terem acesso ao documento.

*Com informações do Portal R7

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