Glória Perez critica demora da Justiça ao julgar acusado de matar estudante capixaba
A escritora e roteirista usou seu perfil no Facebook para expor sua opinião sobre o caso. Há 27 anos, ela perdeu a filha, Daniella Perez, também assassinada
A demora da Justiça em julgar o acusado pelo assassinato da estudante Gabriela Regattieri Chermont, morta em Vitória há 23 anos, chamou a atenção da escritora e roteirista Glória Perez. Em seu perfil no Facebook, ela postou um texto, no qual critica as leis brasileiras, afirmando que elas permitem que o réu se valha de uma série de manobras para adiar seu julgamento.
A escritora, que teve a filha, a atriz e bailarina Daniella Perez, brutalmente assassinada em 1992, também se solidariza com a família de Gabriela Chermont, que, segundo ela, vive uma "gangorra emocional" com os sucessivos adiamentos do júri. "Quantos estarão vivos quando esse júri acontecer, se é que ele vai chegar a acontecer um dia?", questiona Glória Perez.
O acusado de matar a estudante capixaba, o empresário Luiz Cláudio Ferreira Sardenberg, que era namorado da vítima na época, iria a júri popular nesta terça-feira (01). No entanto, pela sexta vez, o julgamento foi adiado.
Gabriela Chermont morreu aos 19 anos, no dia 21 de setembro de 1996, após cair de um prédio na orla de Camburi, em Vitória. A hipótese de suicídio foi descartada logo no início das investigações e Luiz Cláudio passou a ser o principal suspeito pelo crime. O caso aconteceu em um flat da família do empresário.
O acusado, que está solto, chegou a ter a prisão decretada e ficou nove meses foragido, em 1997. No entanto, a prisão foi revogada pela Justiça. "Nada foi alegado na época. Simplesmente deram o habeas corpus. Foram entrando com recurso, que era negado, sempre por unanimidade. Chegou até à instância superior”, contou o primo da vítima e cirurgião dentista, Leonardo Regattieri.
Injustiça
Assim como a família de Gabriela Chermont, Glória Perez convive com o sentimento de injustiça, no caso do assassinato da filha dela. Daniella Perez foi morta a punhaladas, no dia 28 de dezembro de 1992, no Rio de Janeiro.
Os acusados de matarem a atriz, que na época tinha 22 anos, são o ex-ator Guilherme de Pádua e sua então esposa, Paula Thomaz. Na época do crime, Daniella e Guilherme faziam par romântico em uma novela. O corpo da atriz foi encontrado em uma região de floresta na Barra da Tijuca, na capital fluminense.
Guilherme e Paula foram julgados e condenados por homicídio duplamente qualificado, com motivo torpe e impossibilidade de defesa da vítima. No entanto, os dois cumpriram apenas seis dos 19 anos a que foram condenados em regime fechado.