Diversas instituições e associações instaladas no Espírito Santo realizam projetos sociais nas comunidades capixabas, oferecendo atividades que, muitas vezes, a população de baixa renda não tem acesso, como futebol, bordado, entre outros.
No bairro Central Carapina, na Serra, este trabalho é realizado pela Instituto Shalom, que realiza atividades na comunidade há 27 anos, promovendo a inserção social de crianças e adolescentes em vulnerabilidade, e oferecendo segurança alimentar, apoio educacional, desenvolvimento de habilidades e orientação de vida.
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A presidente do instituto, Andressa Sathler, destaca que o projeto nasceu com a missão de acolher e fortalecer crianças, adolescentes e famílias em situação de vulnerabilidade, criando vínculos de convivência para os assistidos no contra-turno escolar.
O projeto conta com diversas oficinas para as crianças e adolescentes que são assistidas, como bordado, violão, futebol, kickboxing, jiu-jítsu, brincadeiras de integração (brinquedoteca, totó, pingue-pongue, quadra).
Além disso, o instituto conta com projetos de leitura, como o Ler e Pensar, e, também, existem projetos para abordar a ética e a cidadania, como o Valores para a Vida. Para a presidente, as oficinas são essenciais para a sobrevivência do instituto.
As oficinas são o coração desse trabalho, pois ajudam a desenvolver habilidades, valores e sonhos em quem mais precisa, disse Andressa Sathler.
Os adolescentes também são atendidos com uma programação pensada para eles, com a oficina que direciona o encaminhamento profissional.
O Instituto Shalom oferece apoio psicológico e refeições diárias, como café da manhã, almoço e lanche.
“Cada oficina é uma porta aberta para que crianças e jovens descubram seus talentos e saibam que são capazes. É isso que o Instituto Shalom constrói: possibilidades, dignidade e esperança”, destacou a presidente.
As oficinas são realizadas com a ajuda de voluntários, que trabalham com as crianças e adolescentes assistidas pelo instituto.
Uma dessas voluntárias é a bibliotecária e psicoterapeuta Graça Arruda, que realiza a oficina Ler e Pensar. Ela atua no Instituto Shalom há 7 anos e contou o motivo de querer ajudar.
“Desde 2018, me tornei voluntária no Instituto Shalom, após me comover com a realidade das crianças atendidas, muitas delas vindas de lares desestruturados. Após uma pausa, retornei em 2022 e iniciei um trabalho de biblioterapia, reunindo grupos pequenos para usar textos como ponto de partida para que as crianças expressassem emoções e traumas, disse Graça.
A voluntária também contou que, após perceber que os problemas das crianças vinham de casa, ela começou a atender os pais e responsáveis deles, e contou que os acompanhamentos estão dando resultados positivos, tanto na evolução comportamental, quanto no emocional das crianças.
Nas oficinas do Ler e Pensar, Graça utiliza livros infantis para o fácil entendimento das crianças e dos adolescentes que participam, com textos que abordam emoções e comportamentos que se transformam em conversas profundas durante a oficina.
Uma das atendidas pelo Instituto Shalom é a pequena Alice Mariano, de 11 anos. Ela, que está no 7° ano do ensino fundamental, disse que adora participar das atividades do projeto, e ainda conta o que ela mais gosta de fazer enquanto está lá.
“Quando eu estou no Shalom, gosto muito da aula de valores humanos, com o coordenador Dernivaldo, e gosto de jogar queimada na nossa quadra de esportes”, contou Alice.
A menina participa das oficinas de kickboxing, oferecidas no instituto, há 3 anos e explicou o que ela aprendeu participando do projeto.
“Eu aprendi a ter defesa pessoal, o que é muito importante e divertido. Também aprendi a dar um tempo das telas, além de novas brincadeiras. Comecei a ter uma ótima comunicação e socialização”, disse ela.
O projeto é apoiado pelo Instituto Americo Buaiz (IAB), que, desde 2017, apoia diversos projetos em todo o Espírito Santo.
O Instituto Américo Buaiz defende a importância de inserir crianças e adolescentes na sociedade, especialmente por meio do acesso à cultura. Nesse sentido, o Centro de Vivência Shalom realiza um trabalho extraordinário, impactando positivamente a vida de muitos jovens, principalmente aqueles em situação de vulnerabilidade social. Torcemos que esse trabalho se expanda cada vez mais, e tê-los como parceiros e apoiá-los é uma experiência extremamente gratificante, destacou a assessora social Carolayne Oliveira
*Texto sob a supervisão da editora Erika Santos
Estagiário
Estagiário do Folha Vitória, graduando em Jornalismo, pela Faesa, e em Letras, pelo Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes)
