
O advogado Ivomar Rodrigues Gomes Junior, envolvido no acidente que resultou na morte de um casal na Terceira Ponte em 2019, deixou a prisão após uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Ele havia sido preso em junho após tentativas de adiar o julgamento.
Ivomar e o universitário Oswaldo Venturini Neto são acusados de ingerir bebida alcoólica e realizar um “racha” na ponte, que acabou no acidente que resultou na morte de Kelvin Gonçalves dos Santos e Brunelli Oliveira.
No final de junho, foi determinado que os réus iriam à juri popular. Eles foram denunciados após o relatório evidenciar que o acidente foi gerado por um racha.
Diante disso, o acusado recorreu da decisão que o enviou a júri popular, apresentando um “Recurso em Sentido Estrito”, para reavaliar a decisão. O pedido foi encaminhado ao Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES) em 14 de agosto de 2025.
Em uma decisão foi proferida no dia 23 de outubro, o ministro Sebastião Reis Júnior, do STJ, reconheceu o pedido de habeas corpus, considerando que a situação processual atual, “com a prolação da sentença de pronúncia e a interposição de recurso, limita as condutas protelatórias”.
Além disso, afirma que o atual andamento do processo restringe eventuais condutas proletárias do acusado.
No meu entender, aparentemente, o ‘alcance’ e a ‘abrangência’ de eventuais condutas protelatórias por parte da defesa, com vistas ao atraso do julgamento, revelam-se ‘refreados’ e ‘restringidos’, não se
Sebastião Reis Júnior, ministro do STJ
justificando mais, em princípio, a medida constritiva extrema.
Diante disso, o ministro determinou que, até o fim do julgamento, seja aplicado o habeas corpus, assegurando o direito a liberdade, mediante o cumprimento das medidas:
- Monitoramento eletrônico;
- Proibição de dirigir;
- Proibição de acesso ou frequência a locais, ou lugares onde sirvam bebidas alcoólicas.
A reportagem do Folha Vitória tenta contato com a defesa de Ivomar Júnior para um pronunciamento sobre a liberação do cliente. A matéria será atualizada.
Já o advogado Ludgero Liberato, que faz a defesa de Oswaldo Venturini Neto, informou que seu cliente tem colaborado com toda a instrução criminal a fim de que tudo seja devidamente esclarecido, e tem plena confiança de que a justiça prevaleça.
A defesa da família das vítimas destaca que, a “assistência de acusação busca Justiça para as famílias enlutadas diante da conduta irresponsável, criminosa e letal dos acusados que, embriagados e em um racha, na Terceira Ponte, ceifaram as vidas de Kelvin e Bruniele”.
Relembre o caso
A batida que tirou a vida de Kelvin e Brunielly aconteceu na madrugada do dia 22 de maio de 2019, na Terceira Ponte, quando acusados e vítimas seguiam no sentido Vila Velha x Vitória.

O casal estava em uma moto quando foi atingido pelos veículos que, segundo a polícia, participavam de um “racha”. As vítimas morreram na hora. Já os acusados foram detidos e encaminhados para o presídio.
O laudo pericial detalhado sobre o acidente aponta que foi o veículo dirigido pelo advogado Ivomar Rodrigues, um Audi, que atingiu a moto. O documento também demonstrou que o advogado não freou antes da colisão. Ivomar, segundo a perícia, seguia a 149 km/h e só acionou os freios no momento exato da colisão.
Já o carro de Oswaldo, um Toyota Etios, colidiu contra o Audi a 144 km/h, segundo o laudo pericial. Com a batida, o veículo do advogado atingiu a moto. Em seguida, o Etios girou, atingiu o Audi novamente e colidiu contra a mureta da ponte.
Os acusados foram presos em flagrante e tiveram a prisão convertida em preventiva na audiência de custódia. No entanto, o STJ concedeu liberdade provisória aos réus após recursos das defesas.