A Justiça do Espírito Santo manteve a prisão preventiva do advogado Ivomar Rodrigues Gomes Junior, envolvido no acidente que resultou na morte de um casal na Terceira Ponte, em Vila Velha. A decisão ocorreu nesta segunda-feira (23) após a audiência de custódia. O acidente, ocorrido em 2019, teria acontecido durante um “racha”.
Ivomar, que havia sido preso na semana passada, na última quarta-feira (18), foi encaminhado para o Quartel do Comando-Geral da Polícia Militar, de Maruípe, em Vitória, por ser advogado e ter prerrogativas.
Na ata de custódia do caso, a defesa alegou que o mandado de prisão foi cumprido sem constar que o réu é advogado, o que, segundo os representantes, fere o Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Também foi questionada a falta de comunicação prévia à OAB/ES sobre a prisão, o que motivou um pedido de relaxamento da custódia por parte da Comissão de Prerrogativas da Ordem.
A defesa solicitou ainda a revogação da prisão preventiva, alegando ausência dos requisitos legais e sugerindo que o acusado permanecesse em prisão domiciliar.
O juiz do caso, Carlos Henrique Rios do Amaral Filho, entendeu que a manutenção da prisão é necessária para garantir a ordem pública e assegurar a aplicação da lei penal, ressaltando que nenhuma medida alternativa seria suficiente.
Ivomar e o universitário Oswaldo Venturini Neto são acusados de ingerir bebida alcoólica e realizar um “racha” na ponte, que resultou na morte do casal Kelvin Gonçalves dos Santos e Brunelli Oliveira.
Advogado da família das vítimas diz que é resposta
Siderson Vitorino, advogado da família das vítimas, falou que a prisão preventiva de um dos acusados é o começo de uma resposta do estado.
Nada mais é do que o começo da resposta do estado aos atos por eles praticados há 6 anos. Não pode as famílias enlutadas ficarem sem uma resposta. Não pode a sociedade capixaba ficar sem uma resposta, afirmou o advogado.
A reportagem do Folha Vitória tenta contato com a defesa do advogado de Ivomar. O espaço segue aberto para a manifestação.
Relembre o caso
A batida que tirou a vida de Kelvin e Brunielly aconteceu na madrugada do dia 22 de maio de 2019, na Terceira Ponte, quando acusados e vítimas seguiam no sentido Vila Velha x Vitória.
O casal estava em uma moto quando foi atingido pelos veículos que, segundo a polícia, participavam de um “racha”. As vítimas morreram na hora. Já os suspeitos foram detidos e encaminhados para o presídio.
O laudo pericial detalhado sobre o acidente aponta que foi o veículo dirigido pelo advogado Ivomar Rodrigues, um Audi, que atingiu a moto. O documento também demonstrou que o advogado não freou antes da colisão. Ivomar, segundo a perícia, seguia a 149 km/h e só acionou os freios no momento exato da colisão.
Já o carro de Oswaldo, um Toyota Etios, colidiu contra o Audi a 144 km/h, segundo o laudo pericial. Com a batida, o veículo do advogado atingiu a moto. Em seguida, o Etios girou, atingiu o Audi novamente e colidiu contra a mureta da ponte.
Os acusados foram presos em flagrante e tiveram a prisão convertida em preventiva na audiência de custódia. No entanto, o STJ concedeu liberdade provisória aos réus após recursos das defesas.