Justiça

Justiça proíbe PM de se aproximar de jovem após confusão em academia

Decisão impede o cabo de se aproximar da vítima e de testemunhas em um raio de 500 metros

martelo de juiz
Foto: Canva

A Justiça concedeu medidas cautelares contra um cabo da Polícia Militar de 43 anos, suspeito de perseguir e agredir uma jovem de 29 anos dentro de uma academia, na Rodovia Serafim Derenzi, no bairro Santo Antônio, em Vitória.

Segundo a decisão da 4ª Vara Criminal de Vitória, o policial deve manter uma distância mínima de 500 metros da vítima e de testemunhas. Ele também está proibido de frequentar a academia onde o episódio ocorreu.

O caso aconteceu no início deste mês e foi registrado em vídeo, no qual o militar aparece xingando e gritando contra a mulher.

A vítima contou que o militar a observava insistentemente e a acompanhava pelos exercícios. Quando questionado, ele teria se descontrolado, chutado sua perna e cuspido em seu rosto.

“Eu senti muito medo, fiquei desconfortável porque nunca tinha passado por isso. Mas confio em Deus que tudo dará certo”, relatou.

Veja o relato da vítima:

Apoio jurídico e medidas protetivas

A advogada da jovem, Rosyanne Ferrugine, explicou que o pedido de afastamento foi feito para garantir a integridade física e psicológica da vítima, que é mãe solo e relatou insegurança para voltar à academia.

O juiz reconheceu a necessidade de protegê-la e também estendeu a decisão para testemunhas e familiares, já que o policial tentou coagir pessoas que prestaram depoimento.”

Rosyanne Ferrugine, advogada da vítima

Ferrugine acrescentou que a cliente foi vítima de pelo menos quatro crimes: importunação sexual, violência física, violência de gênero e injúria.

A Polícia Civil instaurou inquérito na Delegacia de Santo Antônio. Testemunhas, inclusive o próprio investigado, já foram ouvidas, e novos depoimentos devem ser colhidos nos próximos dias.

A Polícia Militar informou que o cabo continua trabalhando normalmente. O Ministério Público se manifestou favorável às medidas cautelares de distanciamento, mas, por ora, é contrário ao afastamento do militar de suas funções.

Leiri Santana, repórter do Folha Vitória
Leiri Santana

Repórter

Jornalista pela Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) e especializada em Povos Indígenas.

Jornalista pela Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) e especializada em Povos Indígenas.