
O Espírito Santo registra uma mudança no arsenal de armas no crime. A Polícia Civil acredita que os armamentos estão sendo fabricados no Estado para o crime organizado, que cada vez mais utiliza armas modernas e com maior poder de fogo. Só esse ano, quase 3,5 mil armas foram apreendidas.
Dados mais recentes do Instituto Sou da Paz revelam que o crime organizado no Estado tem utilizado cada vez mais armas modernas, mais novas e com maior poder de fogo. De acordo com as pesquisas do Instituto, a circulação de armas mais letais no Espírito Santo se assemelha às do Rio de Janeiro.
Só neste ano, de acordo com a Secretaria de Estado da Segurança Pública, quase 3,5 mil armas foram apreendidas. No mês passado, por exemplo, um arsenal foi apreendido em José de Anchieta, na Serra. Entre as armas havia um fuzil e uma metralhadora.
Em agosto, em Cariacica, um homem foi preso, suspeito de abastecer, com armas de fogo, uma facção criminosa. Na casa do serralheiro havia várias peças artesanais que foram apreendidas. A polícia acredita que os armamentos estão sendo fabricados no Estado para o crime organizado.
A gente já sabe que muitas armas são vendidas legalmente para fins ilegais. Quem as compra já tem a ideia de revender para o crime organizado.
Guilherme Eugênio, delegado da Desarme
O levantamento do Instituto Sou da Paz traçou o perfil das armas apreendidas entre 2018 e 2023. Os dados apontam um aumento no uso de pistolas, que passou de 25,5% para quase 40%.
Um outro crescimento expressivo foi das submetralhadoras, que em 2018 representavam 0,6% do armamento apreendido, mas saltou para aproximadamente 10% em apenas 5 anos. São mais de 300 submetralhadoras apreendidas. Para o Instituto, uma das causas desse crescimento está relacionada às mudanças na legislação.
Para a polícia, o principal vilão no combate à apreensão são os compradores, que vendem o armamento clandestinamente para o tráfico.
O delegado Guilherme Eugênio alerta que a polícia vai bater na porta de quem comprou para revender para o tráfico.
Para quem pensou em fazer isso, mude de ideia enquanto ainda há tempo, pois esse crime já foi percebido e já está sendo combatido.
Guilherme Eugênio, delegado da Desarme
*Com informações da repórter Eduarda Neves, da TV Vitória/Record